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Inpi fará registros de patentes no exterior em abril
Instituto ganhou autoridade para exercer funções internacionais; novas atividades começam em dois meses
Inventores ainda enfrentam demora na obtenção de patentes no país; em média, um inventor espera até 5 anos, às vezes até 8 anos
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros que quiserem
patentear suas invenções no
exterior não precisarão mais
dos serviços das agências estrangeiras. A partir de abril, o
Inpi (Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual) começará a atuar como um escritório internacional de busca e
exame de patentes.
"Na semana passada, já visitamos os escritórios europeus
para fazer alguns testes", afirma Ademir Sardelli, vice-presidente do Inpi. Segundo ele, representantes da Ompi (Organização Mundial de Propriedade
Intelectual) já avaliaram o andamento das mudanças no Inpi
e só aguardam a comunicação
oficial. "Estamos prontos para
entrar em atividade", diz.
Antes, para conseguir um registro no exterior, o interessado em validar sua patente tinha
de pagar as taxas exigidas lá fora ao Inpi, que só repassava os
pedidos para o exterior.
Os documentos tinham obrigatoriamente de ser traduzidos
para a língua oficial do país. Lá,
o interessado em obter a patente também tinha de contratar
um representante legal.
Após esse processo, começam os trâmites para a concessão da patente. Basicamente,
são dois os procedimentos. O
primeiro é uma busca em todos
os escritórios internacionais
para saber se a invenção já não
está registrada. Em seguida,
exige-se um exame técnico, que
consiste em uma avaliação da
natureza da invenção para saber se ela tem aplicação industrial, por exemplo.
Nos EUA, a primeira etapa
custa US$ 1.800 e a segunda,
US$ 600. A tradução, mais US$
130. Isso sem contar a contratação de um procurador.
Com a inclusão do Inpi na lista dos escritórios que podem
fazer esse tipo de serviço, os
brasileiros só terão de pagar
uma taxa que ainda será definida. Estima-se que ela ficará entre R$ 1.000 e R$ 2.000.
Patente pela internet
Além do novo serviço, o Inpi
também anunciará, em abril, a
implementação de um projeto
de pedidos de patentes pela internet. Sardelli acredita que o
serviço estará disponível em
2009. "Até os pedidos de patentes no exterior poderão ser feitos via internet", diz Sardelli.
A mudança deve não apenas
reduzir os custos como agilizar
o processo de obtenção dos registros. "Assim poderemos
avançar na lista dos países que
mais têm registros," diz.
Em 2007, o Brasil teve 384
patentes registradas, índice
que colocou o país na 24ª posição entre os 138 signatários do
Tratado de Cooperação de Patentes, da ONU.
Para os inventores, as mudanças em curso no Inpi são
fundamentais. De acordo com a
tabela do Inpi, grandes empresas pagam R$ 640 por uma patente, pequenas e médias desembolsam R$ 255.
"Isso se elas não contratarem
escritórios de advocacia especializados em preparar a documentação da patente", afirma
Sardelli. "No site do Inpi, já é
possível ter um "passo-a-passo"
para que o próprio inventor faça esse trabalho, livrando-se de
gastos extras," diz.
Outro problema é a demora
na obtenção da patente. Em
média, um inventor espera até
5 anos. Há setores em que a demora é de 8 anos. Em outros,
como os de engenharia mecânica, é de 4 anos, considerado um
padrão internacional. Nesse
prazo já estão incluídos os 18
meses, previstos em lei, em que
o Inpi nada pode fazer porque é
um prazo para que o inventor
faça alterações em seu pedido.
Segundo Sardelli, o Inpi contratou 135 funcionários, em
2006, e deverá chegar a 360, até
o final de 2008, o que deve reduzir os prazos atuais.
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