|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Europa quer regulação maior do mercado
Líderes da UE vão propor ao G20 reforma mais ampla do sistema financeiro e sanções duras contra paraísos fiscais
Europeus também defendem duplicação, para US$ 500 bi, de recursos do FMI para evitar o agravamento da crise em regiões como o Leste Europeu
DA REDAÇÃO
Líderes da União Europeia
defenderam ontem sanções duras contra paraísos fiscais e
uma regulação rigorosa dos
mercados, principalmente dos
fundos de investimento altamente especulativos, como
parte de uma grande revisão
das regras financeiras globais.
Também pediram a duplicação, para US$ 500 bilhões, dos
recursos disponíveis do FMI
(Fundo Monetário Internacional), para que a instituição possa evitar que a crise se agrave
ainda mais em vários países.
Reunidos em Berlim, a convite da chanceler alemã, Angela
Merkel, representantes de Reino Unido, França, Alemanha,
Itália, Luxemburgo, Espanha,
Holanda e República Tcheca
acertaram posições comuns
para levar à reunião do dia 2 de
abril, em Londres, do G20 (grupo dos países mais ricos e dos
principais emergentes).
Em documento divulgado
após a reunião, o grupo defendeu a supervisão de todos os
mercados financeiros, em uma
linguagem mais forte do que as
da reunião do G20 em Washington, no final de 2008. "Todos os mercados financeiros,
produtos e participantes devem ser objetos de uma supervisão ou regulação apropriadas,
não importando o país de domicílio", afirma o documento.
O comunicado também diz
que deve ser criada uma lista de
paraísos fiscais e discutido um
rol de possíveis sanções. A Alemanha liderou um esforço para
reprimir países como Liechtenstein e Suíça, depois de um
escândalo de sonegação de impostos no ano passado envolvendo cidadãos alemães.
A posição européia eleva ainda mais a pressão sobre o sistema bancário suíço, em meio ao
recente caso do banco UBS, que
admitiu na semana passada
ajudar clientes americanos na
montagem de esquemas de sonegação com contas secretas.
FMI
Na declaração final da reunião, os líderes europeus ressaltaram a necessidade de reforçar os recursos do FMI "para permitir a ajuda a seus membros de maneira rápida e flexível quando passarem por dificuldades". A instituição advertiu em várias oportunidades
que sua capacidade de atuação
poderá se esgotar. Neste mês, o
Japão anunciou que injetaria
mais US$ 100 bilhões no FMI.
O premiê britânico, Gordon
Brown, afirmou que o reforço
de caixa do Fundo será importante principalmente para socorrer economias da Europa
Central e do Leste, onde se intensificaram a crise bancária, a
desvalorização de várias moedas e o temor de uma onda de
moratórias. Segundo ele, alguns governos dessa região
precisam de ajuda imediata aos
seus bancos para impedir que o
contágio se alastre.
"Estamos lidando com uma
crise extraordinária", disse Angela Merkel. Segundo ela, os
países da UE chegarão à reunião de abril com uma posição
"sólida e conjunta". Uma das
críticas à forma como a União
Europeia reagiu à crise global
tem sido a falta de uma ação
mais coordenada no bloco.
Para implantar seus planos,
os europeus terão que ganhar,
no G20, o apoio do novo governo dos EUA e também de economias como China e Rússia,
que, segundo analistas, podem
resistir a ampliar demais a regulação dos mercados.
Na Ásia
Em mais uma iniciativa para
reduzir a turbulência financeira, Japão, China, Coreia do Sul
e outros dez países asiáticos
anunciaram ontem a formação
de um fundo de US$ 120 bilhões de suas reservas internacionais para evitar o enfraquecimento de moedas da região.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Auxiliar leva marmita para driblar gastos Próximo Texto: Frases Índice
|