MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

RICARDO GALLO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

A ferrugem asiática, praga que ataca as plantações de soja, já causou um prejuízo de R$ 25,4 milhões, segundo estimativa do governo paulista, em 13 municípios próximos a Ribeirão Preto. A região responde por 25% da produção no Estado.
O ataque da praga é mais agressivo que em 2003, quando a doença começou a aparecer nas plantações de São Paulo.
A principal cidade atingida é Guaíra, que produz 6% da soja do Estado. O prejuízo chegou a R$ 12 milhões, segundo estimativa do sindicato rural da cidade.
Para o engenheiro agrônomo do sindicato Renato Massaro Sobrinho, 51, a ferrugem começou em outubro, no início da safra, por causa do desdém com que os proprietários a trataram.
Presidente de uma comissão criada pelo Estado para diagnosticar o problema, Valter Gervasioni, 52, estima que a doença atinja entre 5% e 8% da produção de São Paulo -sexto maior produtor do país- na atual safra.
Na safra anterior, a soja também foi atingida em Guaíra. O total perdido, entretanto, não chegou a 10% do registrado desde outubro. Entre outros fatores, o prejuízo foi maior agora em razão do clima, mais ameno, o que favoreceu o desenvolvimento do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática.
Outro agravante foi a chegada precoce do Phakopsora: na safra anterior, ele apareceu em janeiro.
Foram detectados problemas em Aramina, Buritizal, Guará, Igarapava, Ipuã, Ituverava, Miguelópolis, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Sales Oliveira e São Joaquim da Barra.
A disseminação é simples porque o fungo se propaga pelo vento e seu desenvolvimento é favorecido pelas chuvas. A ferrugem estraga a soja ao afetar a fotossíntese, o que faz as folhas caírem e os grãos perderem peso.


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