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MERCADO ABERTO
Empresários agora miram o Senado
O empresariado vai usar mais
o Senado para conseguir superar diversos entraves burocráticos que emperram o
crescimento econômico. A conclusão dos empresários é a de
que são poucos os avanços conseguidos no Executivo.
Eles chegaram a essa constatação durante jantar informal realizado na segunda-feira, em São
Paulo, com Renan Calheiros,
presidente do Senado, e mais 20
líderes empresariais. "Hoje, a burocracia faz com que tudo que se
apresente no Executivo bata e
volte", afirma Guilherme Afif
Domingos, responsável pela organização do jantar e que acaba
de tomar posse para um novo
mandato de dois anos na presidência da Associação Comercial
de São Paulo.
O encontro contou com a participação de pesos pesados como
Jorge Gerdau Johannpeter (Ação
Empresarial), Márcio Cypriano
(Febraban), Flávio Rocha (Riachuelo), Claudio Vaz (Ciesp) e
João Sampaio (Sociedade Rural
Brasileira), entre outros. Paulo
Skaf (Fiesp) e Gilberto Kassab
(vice-prefeito) passaram por lá,
mas não ficaram muito tempo.
Os empresários acertaram com
Calheiros o envio ao Senado de
uma série de projetos com o objetivo de reduzir a burocracia que
existe no governo. Primeiro, no
entanto, vão esperar o fim das
discussões da MP 232. "O Legislativo também pode pautar diversos temas de nosso interesse",
diz Claudio Vaz, do Ciesp.
Durante o jantar, os empresários foram unânimes em atacar a
burocracia. Gerdau, por exemplo, que possui grandes negócios
nos Estados Unidos e no Canadá,
disse que o número de funcionários para cuidar da burocracia e
de assuntos tributários nas suas
empresas no exterior representa
apenas 10% de seu estafe no Brasil para essas mesmas áreas.
Além disso, disse que o custo do
tributo nas suas empresas no exterior absorve apenas 14% do total de suas despesas, enquanto no
Brasil a fatia é de 41%.
MARÉ DE TRANQÜILIDADE
A reunião do Conselho Monetário Nacional, marcada para hoje, promete ser uma das
mais tranqüilas dos últimos
dois anos. O novo ministro do
Planejamento, Paulo Bernardo,
é muito ligado a Antonio Palocci Filho (Fazenda). O CMN é
composto pelos dois e mais
Henrique Meirelles (BC). Hoje,
por exemplo, não deve haver
nenhum embate caso o CMN
decida aumentar a TJLP. Os antecessores de Bernardo, Guido
Mantega e mesmo Nelson Machado, sempre votaram contra
os aumentos da taxa, apesar de
serem minoria.
CONFLITO À VISTA
Benjamin Steinbruch (CSN)
prepara uma nova ofensiva no
terreno de Roger Agnelli (Vale
do Rio Doce). Mal deu partida
a um investimento para aumentar a produção da mina de
Casa de Pedra para 40 milhões
de toneladas/ano de minério, o
empresário já tem outro plano
na gaveta. Steinbruch pretende
investir cerca de US$ 300 milhões para aumentar para 60
milhões de toneladas/ano sua
produção de minério. Como a
Vale tem direito de preferência
sobre o excedente não consumido pela CSN da produção de
Casa de Pedra, a mineradora
terá de comprar muito minério
da siderúrgica.
NA TOMADA
Um dos principais setores de bens duráveis, o de eletroeletrônicos, registrou alta de 28% no faturamento (a preços correntes) em 2004, acima
das expectativas do próprio setor, segundo dados que serão divulgados
hoje pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
O faturamento chegou a R$ 81,6 bilhões, expansão real (descontada a inflação) de 15% -ante previsão de R$ 79,5 bilhões. Para o presidente da
Abinee, Ruy de Salles Cunha, a economia interna aquecida no fim do ano,
especialmente em telecomunicações, e a evolução das exportações ajudam a explicar o desempenho. O setor de telecomunicações foi o que
mais cresceu em faturamento, com aumento nominal de 48%.
NOS TRILHOS
Em reunião hoje no Palácio
do Planalto, o presidente Lula
deverá anunciar a conclusão do
plano de reestruturação da
Brasil Ferrovias.
"BLITZ"
Os fundos de pensão se reuniram ontem com Eunício de
Oliveira (Comunicações) para
prestar esclarecimentos sobre a
guerra que travam com o Opportunity, de Daniel Dantas. Já
o Citigroup esteve na Anatel. O
Opportunity transferiu a guerra para os órgãos reguladores.
PARCERIA DE ORGULHO
A operadora de turismo CVC
fechou parceria com a Associação da Parada do Orgulho
GLBT de São Paulo, que promove a Parada Gay. Em 2004, a
CVC fechou mais de 4.000 pacotes para a parada, realizada
todo ano em junho e que atraiu
1,5 milhão de pessoas. Está prevista a abertura de uma loja no
shopping Frei Caneca.
NOVA FRENTE
Lideranças do Movimento
Brasil Competitivo se reúnem
hoje em Brasília. Confirmaram
presença Luiz Fernando Furlan, Jorge Gerdau Johannpeter
e Carlos Alberto Sicupira. Serão integrados dois novos conselheiros: José Eduardo Dutra e
Daniel Feffer.
Olivetto: "Li e não gostei"
O publicitário Washington
Olivetto não se sentiu muito
confortável com as revelações
contidas no livro "Na Toca dos
Leões", do escritor Fernando
Morais, que será lançado no dia
1º de abril, pela editora Planeta.
O livro conta a história da agência W/Brasil e de seus criadores,
Olivetto, Gabriel Zellmeister e
Javier Llussá.
Olivetto não gostou de ter lido certas revelações sobre o seqüestro sofrido por ele, em dezembro de 2001, tampouco das
histórias de alguns casos malsucedidos da agência. Ele acha
que contou histórias demais
para o autor do livro.
Por essa razão, o publicitário
decidiu que vai ficar de fora das
badalações para o lançamento
do livro. "Personagem não dá
palpite", afirma Olivetto.
GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate guilherme.barros@uol.com.br
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