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Tocantins pode ter
usado fungicida ilegal
SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Federal do
Tocantins e a Polícia Federal investigam a existência de uma rede
de distribuição de agrotóxico
contrabandeado do Paraguai, cuja formulação é proibida no Brasil, para baratear a expansão do
agronegócio no Estado.
A investigação, em curso desde
o último dia 10, começou após a
apreensão de uma carga, sem nota fiscal, do fungicida Agronazol,
formulado e distribuído pela empresa paraguaia Agrofuturo. O
produto não é cadastrado (não é
liberado) no Ministério da Agricultura. O flagrante foi no município de Silvanópolis (a 123 km de
Palmas), em fevereiro. A PF abriu
inquérito para apurar o caso.
O motorista afirmou à PF que
partiu de Guaíra (PR) com destino à cidade maranhense de Balsas, importante produtora de soja
da região. No trajeto, também distribuiria o produto no Tocantins,
onde as lavouras de soja avançam.
Na carreta, havia 106 caixas lacradas do fungicida e outras 6
abertas. Na ocasião, o motorista e
o receptador, que seguia o caminhão numa caminhonete, foram
presos -já estão soltos. A multa
pela carga foi de R$ 1,5 milhão.
A intenção da PF é apurar se se
trata de um caso isolado ou se já
existe um mercado clandestino de
agrotóxicos na região.
Para Adrian Pereira Ziemba,
procurador da República no Tocantins, "é certo que há um mercado no Estado". "Ninguém apareceria com uma carreta lotada se
não houvesse demanda", disse.
O Ministério Público Federal
aguarda a conclusão do inquérito
da PF para iniciar um trabalho de
inteligência em conjunto. Também espera pelo exame pericial
da composição do produto.
Segundo a PF em Guaíra, o contrabando de agrotóxico paraguaio para o Brasil é recorrente e
o mercado é grande devido à diferença de preço -há casos em que
o produto contrabandeado custa
cerca de 10% do nacional.
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