São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2005

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Tocantins pode ter usado fungicida ilegal

SILVIO NAVARRO
DA AGÊNCIA FOLHA

O Ministério Público Federal do Tocantins e a Polícia Federal investigam a existência de uma rede de distribuição de agrotóxico contrabandeado do Paraguai, cuja formulação é proibida no Brasil, para baratear a expansão do agronegócio no Estado.
A investigação, em curso desde o último dia 10, começou após a apreensão de uma carga, sem nota fiscal, do fungicida Agronazol, formulado e distribuído pela empresa paraguaia Agrofuturo. O produto não é cadastrado (não é liberado) no Ministério da Agricultura. O flagrante foi no município de Silvanópolis (a 123 km de Palmas), em fevereiro. A PF abriu inquérito para apurar o caso.
O motorista afirmou à PF que partiu de Guaíra (PR) com destino à cidade maranhense de Balsas, importante produtora de soja da região. No trajeto, também distribuiria o produto no Tocantins, onde as lavouras de soja avançam.
Na carreta, havia 106 caixas lacradas do fungicida e outras 6 abertas. Na ocasião, o motorista e o receptador, que seguia o caminhão numa caminhonete, foram presos -já estão soltos. A multa pela carga foi de R$ 1,5 milhão.
A intenção da PF é apurar se se trata de um caso isolado ou se já existe um mercado clandestino de agrotóxicos na região.
Para Adrian Pereira Ziemba, procurador da República no Tocantins, "é certo que há um mercado no Estado". "Ninguém apareceria com uma carreta lotada se não houvesse demanda", disse.
O Ministério Público Federal aguarda a conclusão do inquérito da PF para iniciar um trabalho de inteligência em conjunto. Também espera pelo exame pericial da composição do produto.
Segundo a PF em Guaíra, o contrabando de agrotóxico paraguaio para o Brasil é recorrente e o mercado é grande devido à diferença de preço -há casos em que o produto contrabandeado custa cerca de 10% do nacional.


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