São Paulo, quarta-feira, 23 de março de 2005

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Mato Grosso perde com a chuva

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Sojicultores de Mato Grosso, o maior produtor de soja no Brasil, estimam uma perda de 2 milhões de toneladas do grão na safra deste ano somente no Estado.
Eles dizem que esse volume ainda não consta da estimativa, divulgada ontem pela Conab, que apontou uma perda de quase 9 milhões de toneladas de soja no Sul e em Mato Grosso do Sul.
Se a previsão dos sojicultores mato-grossenses estiver correta, a perda no Brasil chegará a quase 11 milhões de toneladas de soja, o que reduzirá ainda mais a estimativa da safra de grãos neste ano.
A chuva que falta no Rio Grande do Sul sobra em Mato Grosso. Antônio Sérgio Rossani, presidente do Sindicato Rural de Sinop (503 km ao norte de Cuiabá), disse que chove há 30 dias sem parar na região, o que impede os produtores de fazer a colheita. "Ainda não tínhamos colhido 35% [da área plantada]", afirmou.
Com o excesso de chuva nas últimas semanas, os produtores não podem pôr as colheitadeiras em campo. Nesse estado de maturação, o grão de soja resiste até oito dias, depois começa a fermentar na vagem, diz Alexander Pozzobon, produtor rural de Sinop.
Os sojicultores dizem, então, que a soja está ardida, ou seja, tem muito volume, mas muito pouco peso. "Grosso modo, seria como colher isopor", diz Pozzobon.
Ele plantou soja em 11,5 mil hectares. Estima que pode perder até 40% (prejuízo de R$ 4,5 milhões).


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