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País importará milho transgênico
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CTNBio (Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança) aprovou ontem, em reunião extraordinária, a importação de 370 mil toneladas de milho geneticamente
modificado da Argentina.
Os grãos, resistentes a insetos e a
herbicidas, serão usados para a
produção de ração animal.
O pedido partiu da Associação
Avícola de Pernambuco e foi analisado na última reunião da
CTNBio antes da sanção da Lei de
Biossegurança, que vai ampliar a
composição da comissão de 18
para 27 membros e permitir recursos de suas decisões a um conselho de ministros, coordenado
pela Casa Civil. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva tem prazo até
amanhã para sancionar a lei.
Embora não haja prazo para a
escolha dos novos integrantes da
comissão, os atuais membros da
CTNBio só voltarão a se reunir se
o governo determinar sua sobrevida num período de transição.
Ficaram pendentes pedidos de
liberação do plantio e da comercialização de milho e arroz geneticamente modificados, além de
duas outras variedades de algodão transgênico das multinacionais Bayer e Monsanto.
Na semana passada, a CTNBio
liberou a variedade de algodão
Bollgard, também conhecida como Bt, da Monsanto. O plantio e a
comercialização da variedade resistente a insetos foram aprovados com o voto contrário do Ministério do Meio Ambiente e forte
crítica dos ambientalistas.
Depois de uma batalha judicial
de seis anos, a CTNBio recuperou
no ano passado o poder de deliberar sobre pedidos de cultivo e comercialização de transgênicos.
Em novembro, liberou a venda de
sementes de algodão com até 1%
de material geneticamente modificado. Na ocasião, constatou a
contaminação de lavouras, apesar
de o plantio ser proibido no país.
A decisão de ontem, a ser publicada nos próximos dias no "Diário Oficial" da União, foi acompanhada de recomendações da
CTNBio. As regras são as mesmas
da liberação anterior de compra
do grão da Argentina, em 2000,
devido à quebra da safra de milho.
O transporte dos grãos e o processamento das rações serão
acompanhados de "cuidadosa
contenção" para evitar a dispersão no meio, segundo a CTNBio.
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