São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

Próximo Texto | Índice

MERCADO ABERTO

Porto do Rio terá R$ 100 milhões

Em ritmo acelerado de campanha, apesar de não ter ainda anunciado sua candidatura à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina amanhã, no Rio, um projeto de investimento de mais de R$ 100 milhões para a reabilitação da área portuária da cidade. O projeto é inspirado nas regiões do Cais, de Nova York, e de Puerto Madero, em Buenos Aires.
Lula pretende transformar o evento de amanhã num grande ato político. Ele estará ao lado do prefeito do Rio, Cesar Maia, do PFL, que ainda não decidiu se irá lançar sua candidatura à presidência pelo seu partido ou se irá apoiar o nome escolhido pelo PSDB, Geraldo Alckmin.
O projeto de reabilitação da área portuária do Rio irá promover uma mudança radical na região. Para a melhoria do acesso rodoviário, por exemplo, estão previstos a construção de uma nova avenida, com investimentos calculados em R$ 16 milhões, e novos acessos e adequações viárias no traçado já existente no bairro, cujas obras exigirão recursos de R$ 18 milhões.
Também estão previstos investimentos de R$ 42 milhões para a melhoria das condições operacionais do porto e a transferência da Superintendência da Polícia Federal e da sede do INPI, que ficam naquela área, para outra região. Além disso, serão realizados também empreendimentos habitacionais em terrenos do governo federal, num total de 2.335 novas unidades de habitação.
Será certamente o anúncio do maior investimento de Lula no Rio, a sete meses das eleições.

OLHAR ESTRANGEIRO
O crescimento contínuo da economia, e não a desvalorização do euro e do dólar, pode beneficiar o mercado brasileiro de luxo e, em particular, o de relógios nesse segmento. A avaliação é do francês Philippe Alluard, presidente da TAG Heuer para a América Latina e o Caribe, em visita ao país. Para ele, o tamanho do mercado doméstico é de 15 mil peças por ano, em se tratando de relógios acima de R$ 1.000, e mesmo a expansão econômica irá adicionar apenas uma quantidade limitada de pessoas ao grupo. Mas, a despeito dessa visão, ele se mostra otimista em repetir a alta alcançada nas vendas no país em 2005, de 20%. O caminho passa por aprofundar a estratégia mundial adotada desde o ano passado, de associar a marca -historicamente com relações estreitas com o esporte- ao glamour, com o lançamento de produtos mais sofisticados. Outra meta é elevar as vendas para mulheres, que respondem hoje por 30% dos negócios.

SEM CAMPANHA, MAS EM ALTA
Apesar de o governo ter suspendido campanhas próprias pelos genéricos, esse tipo de medicamento continua em alta. Em janeiro de 2006, as vendas cresceram 22,7% sobre o mesmo mês de 2005, segundo dados da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos). A movimentação no primeiro mês do ano foi de US$ 64,7 milhões, contra US$ 42,1 milhões em janeiro de 2005. Já a participação no mercado saltou de 10% para 11,7% na mesma comparação, o que significa uma alta de 17% de "market share". Em países como o Japão, a alta é ainda mais acelerada devido às campanhas constantes. Nos Estados Unidos, o próprio plano de saúde fornece esse tipo de medicamento ao paciente. Segundo a diretora-executiva da Pró Genéricos, Vera Valente, o uso da publicidade poderia gerar resultados até melhores e mais rápidos. "Uma campanha faria diferença", diz. O Ministério da Saúde lembra que fez campanha logo após a regulamentação dos genéricos, em 2000. Hoje, não são proibidas, mas não existem porque não são prioridade, diz.

"ROAD SHOW"
Nos próximos dias, o Banco Itaú Holding Financeira dá início a mais um "road show" de reuniões regionais da Apimec (associação dos analistas de investimento). Alfredo Setubal, diretor de Relações com Investidores e vice de Mercado de Capitais, vai a Brasília, Rio, Porto Alegre e Belo Horizonte para apresentar os resultados do Itaú em 2005 e cenários para 2006. Foram 13 encontros em 2005.

PÓS EM MINERAÇÃO
Diante da necessidade de formar mão-de-obra especializada em mineração, na esteira da expansão do segmento, a Vale do Rio Doce decidiu organizar uma pós-graduação na atividade para trainees. Desenvolvido pela Valer (Universidade Corporativa Vale) em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, o curso começa amanhã, em Belo Horizonte, e será para os trainees que ingressaram em 2006.

VIAGEM RENTÁVEL
Uma caravana de 15 empresas brasileiras do setor odontológico acaba de voltar de participação em evento internacional em Dubai. O saldo da missão, promovida pela Abimo (associação do setor) e pela Apex, foram negócios que somam mais de US$ 600 mil. A estimativa é que a participação na feira propicie, nos próximos 12 meses, novos contratos de exportação que resultem num faturamento de US$ 2 milhões.

PRÓ-NATUREZA
O Ministério da Agricultura decidiu cancelar toda autorização concedida pela própria pasta em que autoriza o envase de cerveja em garrafas PET. O fabricante que decidir adotar a embalagem plástica terá que passar, primeiro, pelo licenciamento ambiental com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), para só depois poder solicitar o registro ao ministério.

EXPANSÃO
A indústria farmacêutica cresceu 6,9% no mundo em 2005, impulsionada pela introdução de novos produtos, que respondeu por 40% da alta. O dado em valores auditados, porém, foi o menor na década, segundo a IMS Health. A América Latina foi a região de maior expansão, com 18,5% ante 2004. Já o medicamento que requer prescrição mais vendido do mundo, pelo quinto ano seguido, foi o Lípitor, da Pfizer, para o tratamento de colesterol. Em seguida ficou o Plavix, para o coração, da Bristol-Myers Squibb e da Sanofi-Aventis.


Próximo Texto: PF faz apreensão em banco suíço em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.