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CONTAS PÚBLICAS
Acumulado do ano, porém, cresceu 11,4% sobre 1º bimestre/05
Déficit da Previdência cai
pela metade em fevereiro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit da Previdência Social
caiu pela metade em fevereiro na
comparação com janeiro. A queda expressiva -que ainda foi
acompanhada da redução, em
termos reais, do déficit em relação
a fevereiro do ano passado- foi
comemorada pelo governo. O Ministério da Previdência Social, porém, ainda não arrisca uma previsão para o déficit total deste ano.
Mas esse bom resultado se limita às comparações de fevereiro.
No acumulado do ano, o déficit
da Previdência Social é de R$
7,296 bilhões -aumento real de
11,4% na comparação com o primeiro bimestre de 2005. Nos últimos 12 meses, o rombo acumulado é de R$ 38,13 bilhões.
A principal razão para a melhora no resultado de fevereiro foi a
arrecadação recorde registrada.
Mas a Previdência também contou com a "ajuda" de fatores atípicos -tanto na receita como na
despesa- para reduzir o déficit.
No mês passado, o saldo negativo nas contas do INSS ficou em
R$ 2,44 bilhões -quedas de
49,7% em relação a janeiro deste
ano e de 38,6% em comparação a
fevereiro de 2005 (em ambos os
casos já descontada a inflação).
A receita da Previdência, já descontadas as transferências e restituições, alcançou o valor histórico
(excluídos os meses de dezembro,
por causa do 13º salário) de R$
9,32 bilhões. "Está um pouco acima do que esperávamos. O resultado é bastante positivo", afirmou
o secretário da Previdência Social,
Helmut Schwarzer.
Ele atribui os números ao aperfeiçoamento na gestão da receita
previdenciária e à contínua melhora do mercado de trabalho.
Quando as empresas contratam
mais funcionários com carteira
assinada, aumenta a arrecadação
da Previdência. Além disso, a cobrança de dívidas das empresas
resultou em receita de R$ 800 milhões em fevereiro. É o segundo
melhor valor da história.
Schwarzer explica, no entanto,
que "fatores extraordinários" turbinaram o déficit de meses anteriores, provocando distorção nas
comparações. Em janeiro deste
ano, a transferência de recursos
que a Previdência faz a terceiros
(principalmente o sistema S) foi
muito alta.
Isso inflou o número de janeiro.
Em relação a fevereiro, portanto,
há queda significativa (41,5%) no
repasse de recursos. O mesmo
ocorre em relação a fevereiro do
ano passado. Em 2005, a transferência das contribuições relativas
ao 13º ainda era feita no segundo
mês, o que causa o mesmo tipo de
problema na hora de fazer a comparação com fevereiro deste ano.
Na análise das despesas com benefícios previdenciários, a atipicidade se deve ao elevado valor que
o INSS foi obrigado a pagar aos
segurados, em janeiro deste ano e
em fevereiro do ano passado, por
determinação da Justiça.
Em janeiro, a Justiça determinou ao INSS pagamento antecipado dos precatórios (dívida que
o Estado tem de pagar por decisão
judicial) relativos a todo 2006.
Os gastos do INSS com pagamento de benefícios, destaca
Schwarzer, estão estáveis.
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