São Paulo, segunda-feira, 23 de março de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Um terço da renda do país é imune ao desemprego, diz LCA

Boa parte da renda brasileira sofre influência quase nula da onda de desemprego. O emprego público e os benefícios de aposentadorias e pensões fomentam cerca de 35% do rendimento total do país, de acordo com um levantamento da LCA Consultores a partir de dados da Pnad/2007.
A soma dessas fontes de renda chegou a R$ 34 bilhões em 2007 -último dado disponível. De acordo com Francisco Pessoa, coordenador técnico da consultoria, a grande influência dos setores público e previdenciário na renda do país justifica a projeção da LCA de aumento de 1% do PIB brasileiro neste ano.
A expectativa é considerada otimista se comparada com a de outras instituições. O banco Morgan Stanley, por exemplo, prevê uma retração de 4,5% na economia brasileira para este ano.
Para Pessoa, as análises mais pessimistas ignoram a composição da massa de rendimentos do país, considerando apenas a massa de trabalho. O saldo do emprego divulgado pelo Caged no final do ano, com fechamento de cerca de 500 mil postos em dezembro, assustou muitos economistas e aumentou o tom pessimista das avaliações de conjuntura, afirma.
"Existem amortecedores dos efeitos da crise na economia brasileira que não estão sendo considerados nessas projeções mais pessimistas", diz Pessoa.
Mesmo diante da conjuntura de crise, a LCA projeta expansão de 3,9% na massa total de rendimentos neste ano. O resultado será um pouco menor que a expansão registrada em 2008, de 5,4%.
A turbulência financeira, no entanto, vai impulsionar para cima a expansão real de rendimentos oriundos da previdência, segundo Pessoa. A projeção da consultoria é de expansão de 5,7% nesses rendimentos, mais que a alta de 3,1% registrada em 2008. O motivo apontado por ele é que o incremento será puxado pelo aumento do salário mínimo e pela expansão da inflação.
Já para a massa de rendimentos oriundos do trabalho, a expectativa é de desaceleração.

TORNEIRA "HIGH-TECH'
Leonardo Senna, da iHouse, de automação residencial, investiu R$ 1 milhão em dois produtos-conceito que serão apresentados na Feicon Batimat, nesta semana, em SP. Um deles é uma torneira inteligente, com tela acoplada que permite ao usuário ler e-mails e ver a previsão do tempo. Outro é um sistema de controle de equipamentos da casa e é guiado por reconhecimento facial. A previsão é que os produtos cheguem ao mercado em 2010, mas a data dependerá do desempenho do setor imobiliário, diz Senna. O motivo é que 95% das vendas da iHouse seguem os negócios das incorporadoras. Com menos lançamentos de alto padrão, a iHouse também vai atuar no segmento de médio padrão, em 2009.

DESCALÇO
O número de calçados exportados por empresas brasileiras caiu 26% no primeiro bimestre. Já as importações de sapatos, principalmente da Ásia, subiram 49%, segundo a Abicalçados.

BELEZA
A Embelleze abrirá um centro de distribuição na Venezuela. A fabricante de cosméticos quer implementar centros técnicos de beleza no exterior neste ano.

CRISE
Profissionais da área de relações com investidores, antes disputados por empresas que abriram capital no boom do mercado financeiro, começam a ser cortados.

ATRÁS DAS GRADES
O executivo inglês Herb Nahapiet, da Kalyx, do grupo Sodexho, que atua na gestão presídios na Inglaterra e outros oito países, veio ao Brasil na última semana e está de olho no país. "Temos experiência no Chile e interesse no Brasil." Nahapiet veio participar de debate sobre parcerias com empresas privadas na administração penitenciária e conhecer presídios. A operação da empresa atende cerca de 21 mil prisioneiros.


Com Cristiane Barbieri (interina), Joana Cunha e Marina Gazzoni



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