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VAREJO
Pesquisa revela queda de líderes em preferência
Lista de desejos "realista" rebaixa carro e prioriza fogão e geladeira
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No lugar do carro zero, aparecem os eletrodomésticos e os
itens de cama, mesa e banho
-bem mais acessíveis. Após meses sem alteração, a lista de desejos de consumo do paulistano sofreu mudanças drásticas e tornou-se mais "realista", segundo
economistas e redes varejistas.
O cruzamento de dados de algumas pesquisas revela essa mudança. No início deste ano, levantamento do Provar/USP, entidade
que estuda o varejo no Brasil,
mostrava que mais de 17% dos
consumidores desejavam comprar um automóvel nos meses
posteriores. Em segundo lugar estavam os itens de informática e,
em terceiro, os eletrônicos. O ranking sofreu raras mudanças desde
99, quando começou a ser feito.
Desta vez, no entanto, as expectativas de compra foram revistas.
O sonho do carro novo perdeu
força e o produto ocupa hoje a
terceira colocação no ranking de
intenção de compra futura (no
período que engloba este mês,
maio e junho). Os eletrônicos
aparecem na sexta posição.
Hoje, em primeiro lugar estão
os eletrodomésticos (como o fogão) e itens para casa. São entrevistadas cerca de 400 pessoas em
São Paulo.
Outra pesquisa, apresentada
ontem pela Fecomercio-SP, mostra que o percentual de pessoas,
em São Paulo, que não quer gastar com itens de valor alto subiu
de 48,7% em março para 52% em
abril. Os automóveis, preferência
de mais de 10% em março, atraem
6% de consumidores agora.
"É como se o consumidor desistisse de um sonho e passasse a encarar a atual situação com mais
realismo", diz Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP.
A chegada do Dia das Mães,
quando vendem-se itens de valor
unitário menor, pode explicar,
em parte, a mudança. Porém a
renda em queda e o aumento nos
preços de produtos, com a escalada do dólar, é um fator de destaque na hora de escolher a compra.
A recente valorização do real
não reduziu preços ainda. E o automóvel, como boa parte de componentes cotada em dólar, ficou
mais caro.
A mudança nos desejos de compra era, em parte, prevista. Pedidos menores forçaram a indústria
a produzir 10,5% menos carros no
primeiro trimestre. Fabrica-se
menos porque a indústria não
quer carregar estoque à toa.
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