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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Fazenda de SP adota controle a importações mais rígido
O Estado de São Paulo apertou o controle à importação no
final do mês passado. Em vigor
desde 24 de março, o novo sistema permite um acesso a dados em tempo real sobre produtos importados pelo Estado
que chegam aos portos.
Segundo João Marcos Winand, diretor-adjunto da diretoria executiva da Administração Tributária da Fazenda paulista, os objetivos do novo sistema são evitar fraudes no recolhimento de impostos de importação e agilizar o processo
de retirada de mercadorias nos
portos.
"Não era raro um importador, por erro ou má-fé, fornecer
uma informação para a Receita
Federal e outra para o Estado",
afirma Winand. Com o desencontro de informações, alguns
importadores conseguiam pagar um volume menor que o devido de ICMS, diz.
Antes, o importador precisava aguardar por pelo menos
três horas a autorização do fisco estadual para retirar a carga.
Agora, é possível recolher os
produtos assim que eles passam pela Receita Federal. A
condição é que o ICMS esteja
recolhido corretamente ou que
sua desoneração tenha sido
justificada.
No sistema antigo, a Secretaria da Fazenda de São Paulo recebia um arquivo da Receita
Federal a cada três horas com
informações sobre que mercadorias foram importadas no
Estado. Agora, os dados já estão
disponíveis no momento em
que os produtos passam pela
Receita Federal.
A adoção do sistema on-line
para controlar produtos importados é o último passo de um
processo de reestruturação no
procedimento que se iniciou
em 2001. A meta do governo
paulista é estender o sistema às
exportações e integrá-lo com
outros Estados.
Para ele, a adoção de processo semelhante no registro de
exportações resolveria um dos
maiores problemas de fraude
que o Estado enfrenta na operação: a confirmação do embarque das mercadorias.
Segundo Winand, há empresas que simulam o embarque
dos produtos para o exterior,
mas, na verdade, desviam as
mercadorias para o mercado
doméstico. O motivo é que o
ICMS não incide sobre o produto exportado.
Da mesma forma, o controle
da importação em outros Estados vai facilitar a cobrança de
ICMS de empresas que recebem as mercadorias nessas localidades, mas que as comercializam em São Paulo.
Winand afirma que o governo paulista já está negociando
esse tipo de convênio com outras administrações estaduais e
com a Receita Federal.
TEMOR
A maioria dos brasileiros (70%) acredita que a atual crise pode aumentar o risco de que eles sofram roubos de
identidade ou crimes como fraudes com cartão de crédito
(veja acima). A conclusão é de pesquisa da Unisys com base em 1.500 entrevistas realizadas em março em São Paulo, Rio, Curitiba e outras capitais.
ESTUDANTE
O projeto de mudança no Enem, que pretende transformá-lo em vestibular único para universidades federais, vai alterar a comunicação das instituições de ensino superior. Tório
Barbosa, sócio da Educa Comunicação Educacional, agência
de publicidade especializada, diz que as grandes campanhas
de publicidade darão lugar a ações de relacionamento, com
foco em internet e redes sociais. Barbosa diz que 80% da
verba do cliente ia para campanhas de vestibular, que agora
serão redirecionadas. "As campanhas das instituições agora
terão um nova mensagem: traga a sua nota do Enem", diz.
Entre os clientes da Educa Comunicação, estão a Universidade Católica de Brasília, a Veris Educacional e outros.
CONTROLE REMOTO
A agência PeraltaStrawberryFrog vai trabalhar na
elaboração de conteúdo para
TV para seus clientes. A
agência contratou Luiz Filipe Fratino, que vai trabalhar
na criação de programas e
formatos ao lado de Alexandre Peralta, presidente e diretor de criação da agência.
GÁS
A IBG (Indústria Brasileira de Gases) diz que vai investir mais de US$ 30 milhões, com recursos próprios, ainda em 2009. Em
maio, inicia operação de nova planta em Jundiaí e passa
a ter capacidade de produzir
por dia 600 toneladas de oxigênio, argônio e nitrogênio.
CADEIRAS
Os integrantes do conselho de administração do
Banco do Brasil foram informados, informalmente, ontem que o novo presidente
da instituição, Adelmir Bendine, que vai tomar posse hoje, pretende trocar seis dos
nove vice-presidentes da
instituição.
NA LISTA
A aprovação dos nomes
deverá acontecer hoje em
reunião do conselho. Deverão deixar os cargos os vice-presidentes Adézio de Almeida Lima (Crédito, Controladoria e Risco Global),
José Maria Rabelo (Negócios Internacionais e Atacado), Milton Luciano dos Santos (Varejo e Distribuição) e Luiz Oswaldo Moreira de
Souza (Gestão de Pessoas e
Responsabilidade Socioambiental).
TROCA
Vice-presidente de Governo, Ricardo José da Costa
Flores será deslocado para a
vice de Crédito, Controladoria e Risco Global. Paulo Rogério Cafareli, que é atualmente diretor de Novos Negócios de Varejo, vai substituir Bendine na vice de Cartões e Novos Negócios de Varejo.
Para professor, eliminar dólar é "barbeiragem"
Para Simão Silber, economista da Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas) e professor da
FEA-USP, será "uma barbeiragem" eliminar o dólar nas
relações entre Brasil e China,
como explica a seguir:
FOLHA - O que o sr. acha de a
China se tornar o principal parceiro comercial do Brasil?
SIMÃO SILBER - Isso não é novidade. Dos países de dimensões continentais, a China é o
mais carente de recursos naturais e, dadas sua emergência e a retração das economias maduras, é uma consequência quase que natural.
FOLHA - A eliminação do dólar
nas relações comerciais entre os
dois países poderá incentivar ainda mais esse comércio?
SILBER - Sim, porque os chineses são muito competitivos e têm taxas de juros muito menores do que as nossas.
Eles podem dar crédito a
qualquer importador brasileiro, mas, para um banco
brasileiro fazer o caminho
inverso e dar crédito [atraente] para importadores chineses, é praticamente impossível. Vejo uma barbeiragem
muito grande nessa questão.
FOLHA - Por quê?
SILBER - Não seria surpresa,
em um prazo maior, se o Brasil ficar altamente deficitário
com a China. Se a importadora brasileira estiver sem
dinheiro e capital de giro e o
banco chinês emprestar com
juros de 2% a 3% ao ano, será
um grande negócio para os
chineses. O Brasil não terá
condições de fazer o mesmo.
Do nosso crédito a exportações, 90% são destinados à
Embraer. Precisaríamos esperar para a proposta vir à
mesa porque, na prática, ela
é difícil. Se for para valer, ela
é mais favorável para a China
do que para o Brasil.
ÁGUA DE BEBER
A Sabesp assina hoje, com
a Infraero, um contrato para
que o aeroporto de Congonhas passe a comprar água
potável da empresa em vez
de utilizar poços, como fazia
até agora. Só 5.000 litros vinham da Sabesp. O acordo
prevê o fornecimento mensal de 12,5 milhões de litros
de água.
PONTUAL
Um relógio com um chip
que realiza transações bancárias em caixas eletrônicos
será apresentado pela empresa NXP, no evento Cards
2009, que vai ser realizado
no início da próxima semana, em São Paulo. O relógio
utiliza um chip da empresa
NXP e já foi certificado pela
MasterCard.
BATERIA
O fundo de investimentos
Marlin Equity comprou os
ativos e as participações da
divisão de baterias do grupo
Tyco, que tem unidade de
montagem de baterias para
celulares em Manaus (AM).
A operação, conduzida pelo
escritório brasileiro Rayes,
Fagundes e Oliveira Ramos
Advogados Associados e pelo
americano Pepper Hamilton
LLP, foi finalizada no dia 31
de março.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, CRISTIANE BARBIERI e SHEILA D'AMORIM
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