São Paulo, sexta-feira, 23 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Economia não chegou ao limite, diz Mantega

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

O ministro Guido Mantega (Fazenda) defendeu ontem em Washington que o Brasil ainda não alcançou seu limite produtivo e que a economia ainda tem capacidade para crescer. Ontem, na Bahia, Henrique Meirelles, presidente do BC (Banco Central), afirmou que o FMI "subestimou" o país ao prever, antes de ontem, que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro crescerá 5,5%. As projeções do BC apontam para um aumento de 5,8%.
Segundo Mantega, o crescimento do país não acelerará a inflação. "É preciso parar com essa paranoia de achar que vai subir juros, que o Brasil não tem condição de crescer mais de forma equilibrada. Podemos crescer mais um pouco, sim. Não ultrapassamos os limites de capacidade da economia brasileira." O ministrou falou à imprensa após encontro com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
Petya Koeva, chefe-adjunta da área de Estudos Econômicos Globais do Fundo FMI, dissera, após a divulgação das projeções para o Brasil, que "a demanda no país está em estágio avançado" e que é preciso retirar os estímulos fiscais durante a crise -algo que já está em curso.
Com a tendência de aceleração dos preços, o mercado conta com o aumento da taxa básica no fim do mês e com a retirada dos estímulos adotados.
"Não identifiquei até agora uma inflação de demanda", disse o ministro, em alusão à pressão inflacionária que ocorre quando a demanda por produtos ultrapassa a capacidade produtiva do país. "Não há uma trajetória acentuada de crescimento. Já estamos tirando os estímulos fiscais."
O ministro afirma que, se os resultados de produção de abril, maio e junho apontarem para o superaquecimento visto pelos órgãos internacionais, a Fazenda e o Banco Central agirão para frear a tendência (com tarifas de importação ou redução de tributos e aumento de taxa de juros).
Por enquanto, diz ver um "aquecimento normal" após um ano de crise.

China
O ministro negou relatos de que o Brasil está fazendo pressão pela valorização do yuan. Mas disse que "temos uma posição de aproximação com a China e que isso tem que ser feito em condições favoráveis".


Colaborou ANDRÉ LOBATO , enviado especial a Comandatuba


Texto Anterior: Gasto de turistas brasileiros no exterior cresce 74% no 1º tri
Próximo Texto: Desequilíbrio global bate no teto, diz Meirelles
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.