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Desequilíbrio global bate no
teto, diz Meirelles
ANDRÉ LOBATO
ENVIADO ESPECIAL A COMANDATUBA
O desequilíbrio econômico produzido pela relação de
alto consumo americano e
elevada poupança chinesa
chegou ao ápice, disse ontem
o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
"O desequilíbrio chegou ao
limite", afirmou no fórum
promovido pelo Lide (Grupo
de Líderes Empresariais)
que acontece em Comandatuba, na Bahia, até sábado.
Nos últimos dias, o governo brasileiro passou a criticar diretamente a desvalorização do yuan como um problema para o sistema econômico mundial, permitindo à
China exportar e poupar
com mais facilidade. A reclamação da desvalorização artificial da moeda chinesa é
historicamente feita pelos
EUA e, até recentemente, o
Brasil não se posicionava diretamente a respeito.
Se o país asiático "vai ou
não valorizar sua moeda, será uma questão importante
no G20", afirmou o mandatário do BC, para, logo depois, destacar o Brasil como
"líder nas discussões da reforma do sistema financeiro
internacional".
Ao ser questionado diretamente sobre o papel da moeda chinesa no desequilíbrio
global e sobre qual seria o posicionamento do Brasil no
G20, Meirelles foi evasivo:
"Mencionei um desequilíbrio de duas partes, de um lado o excesso de consumo dos
EUA e do outro a alta poupança na China. Parte importante do processo é o aumento da poupança nos EUA
e do consumo na China".
Real
Sobre a valorização do real
diante do dólar, Meirelles
disse que "muitos apostadores" perderam dinheiro investindo num aumento da
moeda brasileira em relação
à americana. Para ele, o real
não faz mais parte do grupo
"vulnerável" de moedas, e
sim do conjunto de países exportadores de commodities.
O presidente do BC afirmou ainda que o câmbio pode subir ou baixar, com quase iguais chances, e deve precisar de "ajustes" se o deficit
em conta-corrente crescer
mais do que o investimento
estrangeiro.
O jornalista ANDRÉ LOBATO viajou a convite do Lide (Grupo de Líderes Empresariais)
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