São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

S&P alerta para risco de mudar meta de Estados

DA REUTERS

Eventual alteração nos contratos de endividamento dos Estados com a União seria "problemática" para o Brasil, que ainda tem vulnerabilidades fiscais importantes, disse ontem Lisa Schineller, analista de crédito da agência de classificação de risco Standard & Poor's.
Sobre as recentes denúncias de envolvimento de autoridades do Executivo em casos de corrupção na contratação de obras públicas, a analista afirmou que elas só terão impacto sobre a classificação do país caso prejudiquem políticas do governo.
"Olhamos o pagamento da dívida, a probabilidade e a disposição do governo para tomar decisões, para promover uma política que facilita isso. Se algum caso de corrupção tem impacto na política do governo -monetária, fiscal, tudo isso- nesse caso pode ter impacto [na classificação do país], mas não diretamente", afirmou.
A analista reiterou, ainda, que o Brasil tem mais de 50% de chance de receber a classificação de grau de investimento no próximo ano, a julgar pelo histórico de elevação de nota dada a países que têm uma perspectiva positiva, como é o caso brasileiro. Mas frisou que o "upgrade" não é garantido.
A S&P elevou a classificação dada à dívida soberana do Brasil em moeda estrangeira na semana passada para um degrau abaixo do grau de investimento, concedido às economias consideradas de baixo risco. A perspectiva da nota foi mantida positiva.
Lisa afirmou que Brasil e México foram os únicos países que tiveram uma melhora da nota de risco e, ao mesmo tempo, receberam a perspectiva positiva -o caminho natural é que a perspectiva fique "estável" em um primeiro momento e só depois passe a positiva.
As críticas de Lisa se baseiam no anúncio do governo federal de que estuda pleito dos Estados para dobrar seus limites de endividamento, como proporção das receitas, fixados nos contratos de renegociação assinados com a União na década de 1990.


Texto Anterior: Ação do BC para conter queda do dólar piora dívida pública
Próximo Texto: Banco Mundial: Brasileiro quer sucessor por mérito no Bird
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.