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S&P alerta para risco de mudar meta de Estados
DA REUTERS
Eventual alteração nos
contratos de endividamento
dos Estados com a União seria "problemática" para o
Brasil, que ainda tem vulnerabilidades fiscais importantes, disse ontem Lisa Schineller, analista de crédito da
agência de classificação de
risco Standard & Poor's.
Sobre as recentes denúncias de envolvimento de autoridades do Executivo em
casos de corrupção na contratação de obras públicas, a
analista afirmou que elas só
terão impacto sobre a classificação do país caso prejudiquem políticas do governo.
"Olhamos o pagamento da
dívida, a probabilidade e a
disposição do governo para
tomar decisões, para promover uma política que facilita
isso. Se algum caso de corrupção tem impacto na política do governo -monetária,
fiscal, tudo isso- nesse caso
pode ter impacto [na classificação do país], mas não diretamente", afirmou.
A analista reiterou, ainda,
que o Brasil tem mais de 50%
de chance de receber a classificação de grau de investimento no próximo ano, a julgar pelo histórico de elevação de nota dada a países que
têm uma perspectiva positiva, como é o caso brasileiro.
Mas frisou que o "upgrade"
não é garantido.
A S&P elevou a classificação dada à dívida soberana
do Brasil em moeda estrangeira na semana passada para um degrau abaixo do grau
de investimento, concedido
às economias consideradas
de baixo risco. A perspectiva
da nota foi mantida positiva.
Lisa afirmou que Brasil e
México foram os únicos países que tiveram uma melhora da nota de risco e, ao mesmo tempo, receberam a
perspectiva positiva -o caminho natural é que a perspectiva fique "estável" em
um primeiro momento e só
depois passe a positiva.
As críticas de Lisa se baseiam no anúncio do governo
federal de que estuda pleito
dos Estados para dobrar seus
limites de endividamento,
como proporção das receitas, fixados nos contratos de
renegociação assinados com
a União na década de 1990.
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