São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Sindicalistas e empresários discutem escala

DA REDAÇÃO

Os sindicalistas e os empresários do setor varejista se reúnem hoje, em Brasília, para discutir a escala de trabalho aos domingos, com mediação do secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Luiz Medeiros.
O presidente da Abras (Associação Brasileira dos Supermercados), Sussumu Honda, representando todo o comércio, adiantou que o setor vai propor uma escala com dois domingos trabalhados e um de folga.
A lei federal em vigor (nš 10.101) permite até três domingos trabalhados para um de folga, mas abre a brecha, citando o artigo 30 da Constituição, para que os municípios possam "legislar sobre assuntos de interesse local".
Na cidade de São Paulo, por exemplo, 80% dos acordos coletivos prevêem a escala de um para um, segundo Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários da capital paulista e do Sentracos (Secretariado Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços).
Para os que aceitaram dois domingos de trabalho para um de folga, há o benefício de quatro dias adicionais nas férias. Já para os que têm a escala de três por um, o máximo indicado na lei, são seis dias a mais. Além disso, o trabalhador tem vale-transporte, R$ 15 para refeição e uma folga remunerada.
De acordo com Patah, a proposta é não definir na lei a melhor escala, já que existem diferentes realidades nas regiões brasileiras. "O mais importante é que qualquer tipo de regra seja originária de convenção coletiva", disse, acrescentando que até a escala de três domingos trabalhados por um de folga é viável, se for aceita pelo sindicato local da categoria.

Sem vínculo
O presidente da Abras, no entanto, disse que o setor não aceita que a abertura do comércio aos domingos esteja vinculada à decisão de um sindicato. "Ficamos muito vulneráveis. Seria um desgaste todo ano", acrescentou, admitindo que os sindicatos poderiam continuar discutindo outros benefícios.
O diretor de relações com o consumidor da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings), Luis Augusto Ildefonso da Silva, reiterou que a proposta conjunta é que a decisão seja dada por lei federal.
Honda disse que o setor supermercadista emprega cerca de 850 mil pessoas em todo o país, e o fechamento em todos os domingos ocasionaria entre 15% e 20% de demissões. "São 52 dias por ano", argumentou. O percentual seria o mesmo para os lojistas de shoppings, segundo Ildefonso da Silva.
Considerando a proposta de um domingo trabalhado para um de folga, predominante na capital paulista, Honda disse que é um rodízio possível para os shopping centers, mas inviabilizaria as lojas de menor porte do setor supermercadista.
A medida provisória regulamentando o rodízio de trabalhadores pode sair ainda nesta semana, se houver acordo entre os sindicatos de patrões e empregados.


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