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Inadimplência até abril cresce em 2007
Cheques sem fundos também aumentam; para analista, menor aumento do mínimo é uma das causas
MÁRCIO RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE
A capacidade do consumidor
brasileiro em pagar suas dívidas apresentou queda nos últimos meses, indicam dois índices divulgados ontem, um pela
Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo)
e outro pela Telecheque.
A Fecomercio, que pesquisa a
inadimplência na cidade de São
Paulo, indica a taxa em 43% no
mês de maio, valor cinco pontos percentuais superior ao verificado no mesmo período de
2006. Em abril deste ano, a inadimplência foi de 45%.
Para a entidade, a alta é explicada pelo salário mínimo. "Em
2006, além da ampla oferta de
crédito, tivemos um aumento
mais expressivo do salário mínimo. Esse reajuste ajudou a
reduzir a inadimplência porque é na faixa de consumidores
com até três salários que está o
maior índice de devedores", explica a assessora econômica da
Fecomercio Kelly Carvalho. O
mínimo passou de R$ 300 para
R$ 350 em 2006 e chegou a R$
380 neste ano.
Tanto que, na análise por faixa salarial, entre os consumidores com rendimentos de até
três salários mínimos, 65% têm
dívidas e 57% possuem contas
em atraso. Já entre os consumidores com rendimentos acima
de dez salários, 53% estão endividados e 30%, inadimplentes.
Já o estudo da Telecheque,
de âmbito nacional, diz que o
índice de cheques sem fundos
em abril atingiu 2,83%, contra
os 2,54% obtidos em abril do
ano passado. A alta do índice foi
puxada pelo aumento do crédito na região Nordeste.
Dos 19 Estados pesquisados,
13 apresentaram elevação no
comparativo anual. O Maranhão teve o maior índice de
cheques devolvidos (7,1%), enquanto o menor foi anotado em
Mato Grosso, com 1,28%. São
Paulo também ficou abaixo da
média nacional, com 2,39%.
Segundo o diretor da Telecheque, Rozinaldo Gomes, essa
elevação da inadimplência no
Nordeste é resultado do recente boom no crédito, que chegou
mais tarde à região. "O consumidor da região Nordeste ainda
está conhecendo o crédito", diz.
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