São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Inadimplência até abril cresce em 2007

Cheques sem fundos também aumentam; para analista, menor aumento do mínimo é uma das causas

MÁRCIO RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE

A capacidade do consumidor brasileiro em pagar suas dívidas apresentou queda nos últimos meses, indicam dois índices divulgados ontem, um pela Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) e outro pela Telecheque.
A Fecomercio, que pesquisa a inadimplência na cidade de São Paulo, indica a taxa em 43% no mês de maio, valor cinco pontos percentuais superior ao verificado no mesmo período de 2006. Em abril deste ano, a inadimplência foi de 45%.
Para a entidade, a alta é explicada pelo salário mínimo. "Em 2006, além da ampla oferta de crédito, tivemos um aumento mais expressivo do salário mínimo. Esse reajuste ajudou a reduzir a inadimplência porque é na faixa de consumidores com até três salários que está o maior índice de devedores", explica a assessora econômica da Fecomercio Kelly Carvalho. O mínimo passou de R$ 300 para R$ 350 em 2006 e chegou a R$ 380 neste ano.
Tanto que, na análise por faixa salarial, entre os consumidores com rendimentos de até três salários mínimos, 65% têm dívidas e 57% possuem contas em atraso. Já entre os consumidores com rendimentos acima de dez salários, 53% estão endividados e 30%, inadimplentes.
Já o estudo da Telecheque, de âmbito nacional, diz que o índice de cheques sem fundos em abril atingiu 2,83%, contra os 2,54% obtidos em abril do ano passado. A alta do índice foi puxada pelo aumento do crédito na região Nordeste.
Dos 19 Estados pesquisados, 13 apresentaram elevação no comparativo anual. O Maranhão teve o maior índice de cheques devolvidos (7,1%), enquanto o menor foi anotado em Mato Grosso, com 1,28%. São Paulo também ficou abaixo da média nacional, com 2,39%.
Segundo o diretor da Telecheque, Rozinaldo Gomes, essa elevação da inadimplência no Nordeste é resultado do recente boom no crédito, que chegou mais tarde à região. "O consumidor da região Nordeste ainda está conhecendo o crédito", diz.


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