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Valor do Bradesco supera R$ 100 bilhões
Banco é a terceira empresa do país, atrás apenas da Petrobras e da Vale; Itaú será o próximo a ultrapassar esse patamar
Instituição tem valor de mercado de R$ 100,368 bi, segundo a Economática; estatal vale R$ 221,014 bi e mineradora, R$ 198,349 bi
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
O Bradesco superou pela primeira vez os R$ 100 bilhões em
valor de mercado. O banco é a
terceira empresa brasileira e a
primeira instituição financeira
a ultrapassar essa marca no
país, segundo cálculos da consultoria Economática.
De acordo com os dados da
consultoria, que consideram
apenas as companhias com
ações em Bolsa de Valores, o
Bradesco atingiu R$ 100,368
bilhões em valor de mercado
nesta semana e ficou atrás da
Petrobras, com R$ 221,014 bilhões, e da Vale do Rio Doce,
com R$ 198,349 bilhões.
O próximo a superar essa
marca deve ser o grupo Itaú,
que até o início da semana somava R$ 99,4 bilhões em valor
de mercado.
O bom desempenho do setor
bancário e o apetite dos investidores por ações na Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo)
impulsionam os valores de instituições financeiras brasileiras.
O cálculo de valor de mercado de empresas feito pela Economática considera o preço e o
total das ações ordinárias vezes
o preço e o total de papéis preferenciais em circulação no
mercado.
Neste ano, até a última segunda-feira, as ações ordinárias do Bradesco acumulam alta de 21,6%, e as preferenciais,
de 15,94%, enquanto o Ibovespa (principal índice da Bolsa)
teve valorização de 17,88%.
Crescimento
Na avaliação de Fernando
Exel, presidente da Economática, a valorização das ações do
setor bancário é sustentável e
tudo indica que deve permanecer, pois ainda há um forte potencial de crescimento do crédito no mercado brasileiro.
"Os bancos cresceram porque o crédito no Brasil aumentou, em razão do recuo dos juros no país."
Ele acrescentou que a taxa
básica de juros brasileira, embora ainda esteja alta em relação a outros países, nunca foi
tão baixa -está atualmente em
12,5% ao ano.
Mônica Araújo, analista de
investimentos da corretora
Ativa, concorda com a avaliação de Exel e considera que a
perspectiva realmente é positiva para o segmento bancário.
"Esse é um setor que acaba
incorporando e se beneficiando
da melhoria da economia do
país", afirmou ela.
Mais de R$ 750 bi
O volume de crédito no sistema financeiro nacional atingiu
R$ 757,1 bilhões em março, o
equivalente a 31,3% do PIB
(Produto Interno Bruto), segundo dados do Banco Central.
Em fevereiro, essa relação estava em 31,1%.
"Algumas linhas de crédito
estão ganhando mais destaque
em razão da redução dos juros e
do potencial crescimento de
outros segmentos, como cartões de crédito, seguros, financiamentos e crédito imobiliário", acrescentou a analista.
No caso do Bradesco, a carteira de crédito, incluindo avais
e fianças e valores a receber de
cartões de crédito, atingiu R$
122,355 bilhões ao final de março, com expansão de 25,1% sobre o valor do primeiro trimestre de 2006.
O Bradesco lucrou R$ 1,705
bilhão no primeiro trimestre
deste ano, resultado 11,4% superior ao obtido em igual período de 2006. No mesmo período, o lucro do Itaú somou R$ 1,9
bilhão, com crescimento de
30,3% sobre os primeiros três
meses do ano anterior.
Os dois bancos estão entre as
cinco empresas mais lucrativas
da América Latina -considerando valores em dólares do
primeiro trimestre-, de acordo com levantamento da Economática.
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