São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Valor do Bradesco supera R$ 100 bilhões

Banco é a terceira empresa do país, atrás apenas da Petrobras e da Vale; Itaú será o próximo a ultrapassar esse patamar

Instituição tem valor de mercado de R$ 100,368 bi, segundo a Economática; estatal vale R$ 221,014 bi e mineradora, R$ 198,349 bi


IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

O Bradesco superou pela primeira vez os R$ 100 bilhões em valor de mercado. O banco é a terceira empresa brasileira e a primeira instituição financeira a ultrapassar essa marca no país, segundo cálculos da consultoria Economática.
De acordo com os dados da consultoria, que consideram apenas as companhias com ações em Bolsa de Valores, o Bradesco atingiu R$ 100,368 bilhões em valor de mercado nesta semana e ficou atrás da Petrobras, com R$ 221,014 bilhões, e da Vale do Rio Doce, com R$ 198,349 bilhões.
O próximo a superar essa marca deve ser o grupo Itaú, que até o início da semana somava R$ 99,4 bilhões em valor de mercado.
O bom desempenho do setor bancário e o apetite dos investidores por ações na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) impulsionam os valores de instituições financeiras brasileiras.
O cálculo de valor de mercado de empresas feito pela Economática considera o preço e o total das ações ordinárias vezes o preço e o total de papéis preferenciais em circulação no mercado.
Neste ano, até a última segunda-feira, as ações ordinárias do Bradesco acumulam alta de 21,6%, e as preferenciais, de 15,94%, enquanto o Ibovespa (principal índice da Bolsa) teve valorização de 17,88%.

Crescimento
Na avaliação de Fernando Exel, presidente da Economática, a valorização das ações do setor bancário é sustentável e tudo indica que deve permanecer, pois ainda há um forte potencial de crescimento do crédito no mercado brasileiro.
"Os bancos cresceram porque o crédito no Brasil aumentou, em razão do recuo dos juros no país."
Ele acrescentou que a taxa básica de juros brasileira, embora ainda esteja alta em relação a outros países, nunca foi tão baixa -está atualmente em 12,5% ao ano.
Mônica Araújo, analista de investimentos da corretora Ativa, concorda com a avaliação de Exel e considera que a perspectiva realmente é positiva para o segmento bancário.
"Esse é um setor que acaba incorporando e se beneficiando da melhoria da economia do país", afirmou ela.

Mais de R$ 750 bi
O volume de crédito no sistema financeiro nacional atingiu R$ 757,1 bilhões em março, o equivalente a 31,3% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados do Banco Central. Em fevereiro, essa relação estava em 31,1%.
"Algumas linhas de crédito estão ganhando mais destaque em razão da redução dos juros e do potencial crescimento de outros segmentos, como cartões de crédito, seguros, financiamentos e crédito imobiliário", acrescentou a analista.
No caso do Bradesco, a carteira de crédito, incluindo avais e fianças e valores a receber de cartões de crédito, atingiu R$ 122,355 bilhões ao final de março, com expansão de 25,1% sobre o valor do primeiro trimestre de 2006.
O Bradesco lucrou R$ 1,705 bilhão no primeiro trimestre deste ano, resultado 11,4% superior ao obtido em igual período de 2006. No mesmo período, o lucro do Itaú somou R$ 1,9 bilhão, com crescimento de 30,3% sobre os primeiros três meses do ano anterior.
Os dois bancos estão entre as cinco empresas mais lucrativas da América Latina -considerando valores em dólares do primeiro trimestre-, de acordo com levantamento da Economática.


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