São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Petrobras cobra valor de refinarias

Presidente da Petrobras Bolívia diz que oferta de US$ 112 mi vale até 11 de junho

Ministro boliviano afirmou ontem à noite que primeira parcela, de US$ 56 milhões, pelas duas refinarias será paga no prazo estabelecido


DA FOLHA ONLINE
DA REDAÇÃO

O presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas, disse ontem que, se o governo boliviano não fizer o primeiro pagamento pelas refinarias de Gualberto Villaroel e Guillermo Elder Bell até o dia 11 de junho, "a proposta irá cair". As refinarias foram vendidas à estatal boliviana YPFB no último dia 10 por US$ 112 milhões.
"Todas essas conquistas alcançadas no processo de gestão da refinaria custam dinheiro, dinheiro dos investidores, dinheiro dos acionistas da Petrobras, que, portanto, devem ser remunerados", afirmou o dirigente. No dia 11 de junho, vence o prazo para pagamento da primeira parcela pelas refinarias.
Pelo acordo anunciado há duas semanas, as refinarias custarão US$ 112 milhões, em duas parcelas: uma na assinatura do contrato e outra depois de 60 dias.
O ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, disse ontem à noite que o governo do país andino "honrará o compromisso" de US$ 56 milhões até o dia 10 de junho. Ele pediu que a Petrobras respeite o governo boliviano e faça declarações pelos meios oficiais.
Freitas disse ainda que, por enquanto, está descartada a possibilidade de que a Petrobras venha a receber o pagamento em gás natural. "O pagamento está estabelecido em dinheiro. Nada de gás."
Ele concedeu, no entanto, que, "caso haja uma solicitação do governo boliviano para que alguma forma de pagamento seja feita em gás, vamos avaliar". "No momento devido iremos decidir se aceitamos, há complexidades para esse pagamento em gás natural, não é algo muito simples de ser feito."
Anteontem, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou em São Paulo que a estatal brasileira preferia receber o pagamento em dinheiro, mas que, se a Bolívia fizesse uma oferta em gás natural, a proposta seria analisada. "Gás natural também é dinheiro."
Na semana passada, Villegas, afirmou que uma parte do valor a ser pago será obtida com a venda do petróleo cru reconstituído que é produzido nas duas refinarias. Segundo ele, a venda desse produto gerava lucros "extraordinários" à Petrobras.
Villegas falou que o pagamento em gás natural pelas duas refinarias, como chegou a ser cogitado, não é vantajoso para a Bolívia. Segundo ele, o governo teria de pagar royalties e outros tributos para as regiões onde é explorado o gás.


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