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INFORMÁTICA
Empresa queria adiar por mais sete meses entrega de respostas sobre acusação de prática de monopólio
Julgamento da Microsoft será em setembro
ALESSANDRA BLANCO
de Nova York
O juiz Thomas Penfield Jackson
marcou ontem o julgamento do
caso Microsoft para o dia 8 de setembro.
Jackson aceitou o pedido da empresa para transformar em um só
processo as duas ações movidas
pelo Departamento de Justiça dos
EUA e por procuradores de 20 Estados norte-americanos. No entanto, negou seu pedido para adiar
por sete meses o prazo para a entrega de suas respostas às questões
colocadas pelo governo.
A Microsoft deverá entregar sua
resposta e toda a documentação
referente ao processo até 28 de julho. "Com todo o respeito pela
sua excelência, mas não é tempo
suficiente para nós", disse o advogado da Microsoft, John Warden,
ao juiz, ao saber da decisão. "Eu
acredito que é", afirmou o juiz.
A Microsoft está sendo acusada
por usar o monopólio já conquistado pelo seu Windows para forçar os consumidores a adquirirem
também o seu browser Explorer,
que dá acesso à Internet.
Ao comprar o Windows 98, o
consumidor já terá junto o Explorer, e o governo quer obrigar a
empresa a instalar também o
browser de sua concorrente, a
Netscape Communications.
A decisão do juiz ontem foi exatamente um meio-termo do que
queria a Microsoft e os procuradores dos Estados. A empresa queria
entregar sua resposta só em dezembro, e os procuradores queriam uma decisão preliminar do
juiz sobre o caso já em 18 de junho,
antes do prazo anunciado pela Microsoft para começar a vender o
Windows 98, em 25 de junho. O
governo já informou que não tentará impedir a venda.
Após a primeira reunião com o
juiz, os dois lados também já estavam se pronunciando como favorecidos.
"Essa data (8 de setembro) pode
dar aos consumidores uma vitória
muito mais rápida do que qualquer um imaginava", disse o procurador do Estado de Connecticut, Richard Blumenthal. Segundo
ele, prolongar o período para a
resposta da empresa não iria "servir aos interesses de ninguém, exceto da Microsoft, que poderia
continuar com suas práticas anticompetitivas e atrapalhar a ação
da corte até o Windows 99 ou
2000".
Já a assessora de imprensa para o
setor internacional da Microsoft,
Erin Brewer, disse ontem à Folha
que a Microsoft está "satisfeita"
com a decisão do juiz.
"Estamos agradecidos por ele
ter reconhecido que a Microsoft
precisava de mais tempo e não ter
aceitado o prazo de 18 de junho
pedido pelo governo", disse.
Segundo Brewer, a empresa agora trabalhará para reunir todos os
documentos necessários para a
resposta em 28 de julho. Brewer
disse não acreditar que o fato de o
julgamento ocorrer alguns meses
depois de os consumidores já estarem usando o Windows 98 possa
influenciar na decisão, mas que há
ainda uma série de detalhes a serem discutidos.
Quanto à discussão colocada pelos analistas de que o poder de desenvolvimento da Microsoft é tão
grande que poderá deixar o assunto já ultrapassado quando tiver
uma decisão final, Brewer disse
que "a empresa tem todo o direito
de inovar e continuará inovando".
"Finalizamos agora um novo produto que será colocado à venda
como o mais avançado no mercado. Então, já estamos começando
pesquisas para novos produtos
que sejam melhores ainda", disse.
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