São Paulo, domingo, 23 de junho de 2002

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Programa da CUT também é auditado

DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical não é o único alvo da Controladoria Geral da União. A CGU determinou também uma auditoria na CUT. Mas, nesse caso, quer verificar as contas do Programa de Intermediação de Mão-de-Obra e não do Planfor (Programa Nacional de Qualificação do Trabalhador).
Na CUT, a auditoria foi feita na semana passada no Programa de Intermediação de Mão-de-Obra, que financia a Central de Trabalho e Renda da CUT -uma espécie de agência de empregos que trabalha na captação de vagas e no encaminhamento de desempregados para as empresas.
A investigação foi feita em três convênios, orçados em R$ 12 milhões, no total, firmados pela central e pelo Ministério do Trabalho entre 2000 e 2002. Desse total, 80% são verbas do FAT.
Procurada pela Folha, a CGU informou ontem, em um primeiro momento, que a auditoria era um procedimento de rotina da Secretaria Federal de Controle Interno. Duas horas mais tarde, a assessoria de imprensa informou que o motivo da auditoria foi uma denúncia recebida neste ano.
"A CUT não tem o que esconder. Está de portas abertas para as fiscalizações e auditorias da controladoria, cujo papel é mesmo verificar a aplicação dos recursos públicos", diz o secretário-geral da central, Carlos Alberto Grana.
A Folha obteve o ofício que determinou a auditoria, assinado pelo diretor de Auditoria de Programas da Área Social (ligada à CGU), Valdir Agapito Teixeira. O despacho informa que a Constituição atribui à Secretaria de Controle a competência de "avaliar a execução de programas de governo e comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quando à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado".
De acordo com Grana, o Programa de Intermediação de Mão-de-Obra passou por fiscalização do Ministério do Trabalho no final de 2001. Em relação ao Planfor, segundo ele, houve uma fiscalização em 1999 (de uma equipe técnica de Brasília ligada à secretaria), duas auditorias em 2000 (de uma equipe de São Paulo também ligada à secretaria e de uma comissão do ministério), duas auditorias em 2001 (uma da ministério e outra particular) e uma fiscalização do ministério em 2002.
Para o presidente da CUT, João Felício, a auditoria da CGU deve ser feita não só nas contas das centrais, mas em todas as entidades. "Defendemos uma CPI para investigar como todas as entidades, de trabalhadores ou de empresários, aplicam os recursos públicos."
Felício não descartou a hipótese de a auditoria estar vinculada às eleições. "Pode haver uma tentativa de desmoralizar o movimento sindical. O que está por trás dessa auditoria também precisa ser investigado", diz Felício. (CR e FF)


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