São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Construção tem melhor ano desde 1999

As expectativas atuais para o setor da construção civil são as melhores que o Brasil tem desde 1999. Um dos principais termômetros é o saldo acumulado em 12 meses, registrado em fevereiro, de enquadramentos de projetos no BNDES, da ordem de R$ 7 bilhões. Além disso, podem ser destacadas algumas medidas do PAC, que, apesar de ainda não ter entrado em vigor, trouxe gás adicional ao setor.
As constatações fazem parte de um estudo realizado pela LCA Consultores. "Na série antiga, nossa expectativa era a de alta de 5,8% do PIB da construção civil em 2007 e de cerca de 4% ao ano entre 2008 e 2011. Possivelmente, tais números serão revistos para cima", diz Bráulio Borges, um dos responsáveis pelo estudo.
"A construção civil esteve muito prejudicada e isso ajudou a puxar para baixo a economia. Daqui para a frente, não deve atrapalhar. Vai ajudar a puxar o crescimento econômico para cima, com efeitos diretos e indiretos", diz Borges.
Entre as 43 cadeias produtivas de bens e serviços definidas pelo IBGE, a construção ocupa hoje a oitava maior da economia -representa 12,6% do PIB.
Segundo Borges, entre os motores dessa nova fase está o mesmo fator que deixou o nível da construção baixo desde a década de 1980: a construção residencial. O país vem mantendo um déficit de 150 mil moradias por ano, além do total acumulado -7,2 milhões de unidades.
"Precisamos acomodar 150 mil famílias por ano para o déficit ficar parado. Essa é uma perspectiva positiva para construção civil residencial. Os grandes bancos internacionais já estão vindo pra cá para explorar esse nicho", diz.
O crédito é outro ponto positivo para a nova fase. "Estimamos que esteja hoje em 2% do PIB, mas que há espaço para que chegue a 8% em 2010."
Se há muitas vantagens, há também muitos desafios. A maioria está na infra-estrutura. O maior deles está no setor de energia elétrica. As projeções de déficit chegam a 9% em 2009 (veja quadro).
O saneamento é outro problema. "A demanda por recursos para esse tipo de obra é muito grande. E a maior parte das responsáveis é estatal e está quebrada. Não têm condição de tomar empréstimos", afirma.
De acordo com o estudo, desde 1980, a trajetória da construção civil pode ser dividida em dois sub-períodos: de 1980 a 2003 e 2004 em diante. Entre 1980 e 2003, o PIB da construção acumulou retração de 6,8%, contra expansão de 57,6% do PIB total.

NOVA JÓIA
A partir do segundo semestre, o Brasil passa a vender a linha de jóias da Calvin Klein. Entre os motivos da chegada da coleção ao país está o crescimento de 30% no volume de vendas dos produtos da cK Watches no último ano, divisão que comandará a linha de joalheria. "Quando começamos com relógios, em 1999, o mercado ainda era muito incipiente. Hoje está mais maduro", diz Luiz Campos, brand manager da área de relógios da cK.

Brilho, corte e cores claras dão tom à estação

Descontando a excentricidade, que prevaleceu na 23ª edição da São Paulo Fashion Week, o que foi possível vislumbrar para a nova estação, no que diz respeito à moda masculina, é a volta do brilho, em tecidos e também nos acessórios. As cores claras foram bastante usadas.
Os cortes de calça e costume continuam junto ao corpo para as roupas de noite ou formal. Para as casuais, a dica são os mais soltos.
A SPFW também mostrou a versão masculina da bolsa gigante. Nos cabelos, a tendência é: comprido liso ou totalmente curto.

BANHO QUENTE
Considerado vilão no consumo de energia, o chuveiro elétrico vira herói no consumo de água. Uma família de quatro pessoas com chuveiro elétrico economiza ao mês mais de 3.000 litros de água em comparação com uma que usa aquecedor a gás e de 5.000 litros em relação a um solar. A água fica quente no ponto de uso, ou seja, não gasta energia esquentando cano e não desperdiça água esperando que ela fique quente, segundo o GAC, grupo de fabricantes de chuveiro elétrico na Abinee (associação do setor).

DE PANO
As vendas do comércio atacadista de tecidos de São Paulo tiveram aumento médio de 7% na primeira quinzena de junho, em comparação com igual período de maio, segundo sindicato do setor.

OBRAS
O Hotel do Frade & Golf Resort, em Angra dos Reis, investiu cerca de R$ 10 milhões em infra-estrutura, treinamento e reformas. Na marina, a antiga estação de tratamento de esgoto foi reformada.

SEDE
A água mineral Crystal, da Coca-Cola Femsa, fechou abril/maio com 36,4% de participação de mercado na Grande São Paulo, segundo o ACNielsen. Em relação a fevereiro/março, a marca cresceu 1,4%.

NO AEROPORTO
Os investimentos da Swissport Brasil estão em alta. Nos últimos dois anos, ela investiu mais de US$ 10 milhões em equipamentos em aeroportos brasileiros. A empresa faz parte do grupo espanhol Ferrovial.

TEMPLO DE LUXO
A Barneys New York, templo da alta moda americana, foi vendida para uma empresa de investimentos do governo de Dubai por US$ 825 milhões. A Jones Apparel, dona de marcas como Nine West e Anne Klein, havia comprado a Barneys em 2004 por $400 milhões e aproveitou o momento exuberante do comércio de luxo para fazer caixa. A Barneys, com lojas em cidades como Chicago e Los Angeles, além da Nova York, é considerada a mais "cool" das lojas de luxo como Saks Fifth Avenue ou Neiman Marcus.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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