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Indústria paulista espera crescer com mercado interno
46% das empresas ouvidas pelo Ciesp estimam mais produção e venda para este mês
Valorização do real faz expectativa para mercado externo continuar negativa;
das indústrias consultadas, 60% são micro e pequenas
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria paulista deve acelerar neste mês o ritmo de seus
negócios com aumento de produção e vendas no mercado interno. Com o real valorizado, as
previsões para o mercado externo continuam negativas.
É o que constata levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) feito na primeira semana
deste mês com 641 empresas.
Das indústrias consultadas,
60% são micro e pequenas e
31% de médio porte.
O aumento na produção e
nas vendas internas é esperado
por 46% das indústrias entrevistadas -desse total, 7% apostam em um crescimento acentuado nos negócios. Há um ano,
o percentual que esperava expansão nas vendas e na produção era menor: 28% das fábricas entrevistadas. Os negócios
ficar estáveis para 30% das consultadas e cair para 24% delas.
"A expectativa positiva se reflete em razão do aumento da
renda e da expansão do crédito
combinado a certa estabilidade
do emprego. Esse cenário traz
dinamismo ao mercado interno. E, com isso, a indústria
aposta em aumento das vendas
internas e da produção", afirma
Carlos Cavalcanti, economista-chefe do Ciesp. "Há uma convicção de que a situação neste
mês será melhor para as empresas de todos os portes."
Isso se nota também, segundo diz, pela redução significativa, na comparação com o ano
passado, do percentual de empresas que responderam esperar queda nas vendas. Em junho de 2006, eram 49% das entrevistadas. Neste mês, 24%.
Segundo o levantamento,
46% das empresas informaram
que os resultados já foram melhores em maio passado em relação a maio de 2006. Esse percentual foi de 35% na comparação de 2006 ante 2005.
Os indicadores de produção
industrial e emprego do IBGE
já deram sinais do desempenho
positivo do setor neste ano. A
produção cresce a taxa acumulada de 4,3% em relação ao primeiro quadrimestre de 2006.
Das 14 áreas pesquisadas pelo
instituto, 11 cresceram no acumulado de janeiro a abril.
Na Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), apesar de
o crescimento não ser uniforme nos 27 segmentos, na média, o faturamento nominal do
setor cresceu 7,5% nos cinco
primeiros meses deste ano em
relação a igual período de 2006.
"Os segmentos com melhor
desempenho são: máquinas e
equipamentos para madeira,
que atende a indústria moveleira; válvulas industriais, que se
beneficiou das encomendas para refinarias e plataformas para
a Petrobras, e o de máquinas
agrícolas", diz Newton Mello,
presidente da associação. Os
piores resultados foram registrados no de máquinas têxteis e
no de máquinas-ferramentas.
O nível de encomendas do setor, segundo o empresário, tem
se mantido estável, e com isso a
previsão é crescer 4,5% neste
ano sobre 2006.
A Kone, fabricante de máquinas de Limeira, que também
presta serviços na área de usinagens, constatou aumento de
10% nas vendas em maio e espera repetir esse resultado neste mês. A empresa, cujo faturamento anual é da ordem de R$
15 milhões, investiu R$ 3 milhões, desde abril, na aquisição
de máquinas de alta tecnologia.
Na Fitas Metálicas, fabricantes de lâminas para motores de
Guarulhos, que fornece componentes para os setores eletroeletrônico e automobilístico, a previsão também é crescer
10%. "Apesar de as exportações
caírem [passaram de 7% em
2006 para 2% neste ano], nossas vendas vão bem, especialmente para o setor automobilístico. A mão-de-obra aumentou 12%", diz Daniele Pestelli,
presidente da empresa.
Nos oito segmentos representados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), 58% das
empresas também esperam aumento nas encomendas e nas
vendas neste trimestre em relação ao trimestre anterior.
"Os investimentos feitos em
diversos setores, como petróleo, gás, mineração e siderurgia, continuam gerando encomendas ao segmento de automação industrial e equipamentos industrias, área em que 78%
esperam crescer", diz Humberto Barbato, presidente da Abinee. "Só não estamos mais satisfeitos porque há dois segmentos nos preocupam: o de
componentes eletroeletrônicos e o de telecomunicações",
diz Barbato. O primeiro sofre
com real valorizado e concorrência com produtos chineses.
Na área de telecomunicações,
os investimentos em infra-estrutura seguem parados e as
vendas de celulares recuaram.
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