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agrofolha
Governo amplia crédito agrícola em 37%
Plano que vai financiar a próxima safra terá R$ 107,5 bilhões, dos quais R$ 15 bilhões irão para a agricultura familiar
Lula apela a agricultores para manter produção a fim de atender a demanda que
virá da recuperação da economia mundial
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
No lançamento do Plano
Agrícola e Pecuário 2009/10, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez ontem em Londrina
(PR) um apelo para que os agricultores continuem plantando,
de olho na recuperação econômica mundial. Ele comparou os
grandes países a um urso em
hibernação na crise, que vai estar faminto após esse período.
""Plantem, plantem, plantem",
afirmou Lula.
Na solenidade foram anunciados R$ 107,5 bilhões para o
plano, um total 37% maior que
o destinado para a safra 2008/
9. R$ 92,5 bilhões foram destinados à agricultura comercial e
R$ 15 bilhões para a familiar.
Lula também apelou aos
agricultores para que acompanhem a liberação de recursos,
pois, segundo ele, não adianta
aprovar verbas se elas não chegam aos produtores. Neste plano de safra, a novidade foi a liberação de R$ 2 bilhões para o
Programa de Capitalização de
Cooperativas Agropecuárias,
em uma rubrica de R$ 14 bilhões para investimentos.
Ainda com relação a investimentos, o governo federal
anunciou outro R$ 1,5 bilhão
para ampliar o Programa de Incentivo à Produção Sustentável
do Agronegócio. Outros R$ 5
bilhões serão destinados ao fortalecimento do Proger (Programa de Geração de Emprego e
Renda). Os preços mínimos fixados para 33 culturas tiveram
reajustes de até 65%.
O Proger foi destacado, no
lançamento do Plano Agrícola e
Pecuário, para atender médios
produtores com juros anuais
menores (6,25%) do que os
grandes (6,75% ao ano). Segundo o ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, o novo
Proger foi ""desenhado" para
dar ao médio produtor condições de crescer.
Ele se destina a produtores
com renda anual de até R$ 500
mil, que terão recursos para
custeio, investimento, comercialização e aquisição de máquinas de até R$ 250 mil. Antes
o limite era de R$ 150 mil.
O presidente da Sociedade
Rural do Paraná, Alexandre Lopes Kireef, anfitrião de Lula em
Londrina, pediu, em discurso,
modificações na legislação ambiental. Lula enfatizou a necessidade de equilíbrio nesse debate. ""Não dá para pegar um
Estado que desmatou nos anos
30, 40 e dizer: "assim não dá, vamos replantar tudo"."
Lula criticou ainda ""aqueles
que fazem a separação" entre
agricultura familiar e agronegócio. Segundo o presidente, o
país ""depende dos dois".
O presidente afirmou que a
função do governo federal é
preparar o país para produzir e
andar. ""Não adianta produzir e
ficar na mão de três ou quatro
tradings, que na hora do "pega
para capar" correm e nos deixam na mão."
Para ressaltar a importância
que é dada ao agronegócio durante os dois mandatos de Lula,
a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse que no plano de
safra 2002/3 o governo federal
liberou R$ 24,7 bilhões.
Dilma afirmou que as obras
de infraestrutura e logística do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) têm como objetivo eliminar gargalos na
agropecuária brasileira, especialmente para o escoamento
da produção.
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