|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREÇOS
Bilhetes têm novo reajuste de até 11,44%; no ano, alta bate em 30,16% enquanto moeda dos EUA subiu 26,34%
Passagens aéreas sobem mais que o dólar
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
As companhias aéreas decidiram adotar uma política agressiva
de preços altos neste ano, com um
reajuste médio nas passagens superior até mesmo à variação do
dólar. Levantamento realizado
pela Folha mostra que entre 2 de
janeiro e ontem as passagens aéreas tiveram reajuste médio de
30,16%. No mesmo período, a
moeda americana, que passou
por forte valorização frente ao
real, registrou alta de 26,34%.
A Varig, Rio Sul, TAM e Vasp
remarcaram ontem mais uma vez
suas passagens. O aumento foi de
até 11,44%. As empresas afirmaram que o aumento foi necessário
justamente por causa da variação
do dólar, que estaria elevando
gastos como aluguel de aviões e
combustível.
A Rio Sul disse que cerca de 50%
dos seus custos estão relacionados diretamente à variação da
moeda americana.
Para o analista Maurício Levy,
da administradora de investimentos Fama, a justificativa não
convence. "As companhias jogam
a culpa no dólar, mas na realidade
estão recompondo preços. Só que
essa estratégia não dará certo."
Para Levy, as companhias estão
aproveitando a temporada de alta
nas vendas, devido às férias de julho, para efetuar o reajuste de
11,44%. "Mas em agosto a procura
de passagens cairá. E as empresas
terão de reduzir os preços."
Mesmo aumento
Os preços dos bilhetes aéreos estão liberados desde agosto de
2001. No entanto, entidades do
governo, como o Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), têm acompanhado o setor
para evitar abusos de preços e formação de cartel.
A Varig, Rio Sul e Vasp adotaram ontem exatamente o mesmo percentual de reajuste de preços para as passagens: 11,44%. A TAM aumentou em 11,36% os valores
dos bilhetes. A Gol, por sua vez, afirmou que ainda estuda se irá remarcar os preços.
As empresas aéreas são um dos setores da economia com mais problemas financeiros. Muitas têm alto endividamento e amargam prejuízos. Aguardam um pacote de auxílio fiscal do governo.
Texto Anterior: O alho é nosso Próximo Texto: Pacote para aéreas não deve decolar Índice
|