São Paulo, terça-feira, 23 de julho de 2002

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PREÇOS

Bilhetes têm novo reajuste de até 11,44%; no ano, alta bate em 30,16% enquanto moeda dos EUA subiu 26,34%

Passagens aéreas sobem mais que o dólar

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

As companhias aéreas decidiram adotar uma política agressiva de preços altos neste ano, com um reajuste médio nas passagens superior até mesmo à variação do dólar. Levantamento realizado pela Folha mostra que entre 2 de janeiro e ontem as passagens aéreas tiveram reajuste médio de 30,16%. No mesmo período, a moeda americana, que passou por forte valorização frente ao real, registrou alta de 26,34%.
A Varig, Rio Sul, TAM e Vasp remarcaram ontem mais uma vez suas passagens. O aumento foi de até 11,44%. As empresas afirmaram que o aumento foi necessário justamente por causa da variação do dólar, que estaria elevando gastos como aluguel de aviões e combustível.
A Rio Sul disse que cerca de 50% dos seus custos estão relacionados diretamente à variação da moeda americana.
Para o analista Maurício Levy, da administradora de investimentos Fama, a justificativa não convence. "As companhias jogam a culpa no dólar, mas na realidade estão recompondo preços. Só que essa estratégia não dará certo."
Para Levy, as companhias estão aproveitando a temporada de alta nas vendas, devido às férias de julho, para efetuar o reajuste de 11,44%. "Mas em agosto a procura de passagens cairá. E as empresas terão de reduzir os preços."

Mesmo aumento
Os preços dos bilhetes aéreos estão liberados desde agosto de 2001. No entanto, entidades do governo, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), têm acompanhado o setor para evitar abusos de preços e formação de cartel.
A Varig, Rio Sul e Vasp adotaram ontem exatamente o mesmo percentual de reajuste de preços para as passagens: 11,44%. A TAM aumentou em 11,36% os valores dos bilhetes. A Gol, por sua vez, afirmou que ainda estuda se irá remarcar os preços.
As empresas aéreas são um dos setores da economia com mais problemas financeiros. Muitas têm alto endividamento e amargam prejuízos. Aguardam um pacote de auxílio fiscal do governo.



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