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Pacote para aéreas não deve decolar
WLADIMIR GRAMACHO
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Não deve mais decolar o pacote
de medidas de salvação das companhias aéreas que vinha sendo
discutido no governo. Batizado
como Proar, numa alusão ao
Proer, que evitou a quebra de
bancos, o programa não obteve
consenso na Esplanada dos Ministérios.
As medidas, que incluem isenção de tributos, foram consideradas paliativas pelo Ministério da
Fazenda. Reduzir em alguns milhões as despesas de companhias
que devem bilhões seria "tratar
com mertiolato ferida cancerosa",
segundo definição de uma das autoridades envolvidas no debate.
A principal resistência vem da
Fazenda, que tem se posicionado
contra a concessão de incentivos
fiscais como mero alívio financeiro para determinados setores.
Endividadas, as companhias
querem evitar o destino da Transbrasil, que parou de voar em dezembro do ano passado emperrada em dívidas de R$ 1 bilhão.
Antes de reduzir impostos, o
Ministério da Fazenda quer ver
definido logo um objetivo para o
Proar. Quantas empresas brasileiras cabem no mercado nacional?
É viável competir com as empresas estrangeiras? Quanto dinheiro
é necessário para promover fusões e viabilizar financeiramente
as empresas? Essas questões não
foram respondidas pelos estudos
técnicos, segundo a Fazenda.
O ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, está cada vez
mais isolado na defesa do Proar.
Na semana passada, havia dito
que as medidas seriam anunciadas até o final desta semana.
Mas ontem, devido às resistências no governo, foi obrigado a recuar. O prazo para a conclusão do
Proar foi suspenso até que Varig,
Vasp e TAM prestem informações sobre custos, receitas e dívidas. Segundo Amaral, não há divergências entre o Ministério do
Desenvolvimento e a Receita, que
está analisando o impacto das
medidas na arrecadação.
"Não estou esperando autorização da Receita. Trabalhando juntos." A Folha apurou, porém, que Amaral ficou insatisfeito com o adiamento.
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