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São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2003

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CRISE NO AR

Assembléia que no próximo sábado analisaria união foi cancelada

Fusão Varig-TAM poderá atrasar

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do conselho curador da FRB (Fundação Ruben Berta), Luiz Martins, afastado por uma liminar judicial, disse ontem que o atual presidente do conselho, Yutaka Imagawa, determinou o cancelamento da assembléia do colégio deliberante do próximo sábado.
Imagawa foi recolocado na presidência graças à liminar dada pela Justiça de Alagoas, que impede a continuidade do processo de fusão da Varig com a TAM.
Na assembléia, seria discutida a proposta de fusão e os termos do acordo entre as duas empresas.
Martins reclamou da decisão da Justiça. "É uma pena ver valores cultivados há mais de 58 anos [tempo de existência da fundação], como democracia e participação dos funcionários, serem contestados por uma medida judicial impetrada por uma única pessoa, que vai contra o desejo legítimo e soberano da maioria [95,8%] do colégio deliberante [que votou a favor da fusão]."
Apesar de não ter participação direta na liminar, existe na Varig a suspeita de que Gilberto Rigoni, membro do conselho curador afastado em maio e que voltou com a liminar, é quem está por trás da nova pendência judicial.
Ele teria ido a Alagoas, num jatinho, na sexta-feira para acertar com o ex-gerente de vendas da Varig Fernando Baracho -um acionista minoritário, dono de 300 ações- a entrada da ação na Justiça.
Procurado pela Folha, Rigoni não havia sido localizado até o fechamento desta edição.

Argumentos aceitos
A liminar foi concedida pelo juiz Josenir Pereira de Souza, da Comarca de Pariqueira (AL), que aceitou alguns argumentos de Baracho. O acionista afirmou à Justiça que a disputa de poder na fundação entre grupos favoráveis e contrários à fusão teria de ser resolvida antes da assinatura do compromisso de união.
"Também aceitei o argumento contrário à participação acionária de apenas 5% da Varig na nova companhia. Isso seria uma barbaridade", disse Souza à Folha.
A Varig afirmou que seus advogados estudam o caso e devem entrar com um agravo de instrumento (recurso) no Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas para derrubar a liminar.
O tribunal alagoano disse que o agravo não havia sido apresentado até o início da noite de ontem.


Colaborou László Varga, da Reportagem Local


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