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RETOMADA
Taxa cai em junho pelo 2º mês seguido, para 11,7%; cresce a ocupação com carteira assinada, e renda mostra recuperação
Desemprego recua; aumenta vaga formal
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
Pelo segundo mês consecutivo,
o mercado de trabalho melhorou
nas seis maiores regiões metropolitanas do país, segundo a PME
(Pesquisa Mensal de Emprego),
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
A taxa de desemprego ficou em
11,7% em relação à PEA (População Economicamente Ativa, soma dos que estão trabalhando
com os que estão em busca de
emprego), a mesma registrada em
janeiro. Em maio, a taxa já havia
caído para 12,2%, após bater recorde em abril (13,1%).
A taxa de junho também é inferior à apurada no mesmo mês de
2003 (13%), quando a atividade
econômica estava no fundo do
poço. "Em junho, houve um cenário econômico extremamente
favorável ao mercado de trabalho.
Mas há um fator sazonal para essa
queda. É de esperar que no meio
do ano a atividade econômica se
aqueça e a taxa caia", disse o gerente da pesquisa, Cimar Pereira.
A redução foi acompanhada
não somente pelo aumento de vagas ocupadas como pelo menor
número de desempregados. De
maio para junho, o número de
pessoas ocupadas cresceu em 80
mil. Em relação a junho de 2003, o
contingente de trabalhadores aumentou em 598 mil.
Já o total de desempregados diminuiu em 108 mil pessoas na
comparação com maio, embora
permaneça num nível elevado.
Nas seis áreas pesquisadas em junho, foram contabilizados 2,5 milhões de desempregados.
Uma das principais principais
razões citadas pelo IBGE para os
dois movimentos é a recuperação
da renda. O rendimento médio do
trabalhador cresceu 1,8% sobre
maio -em relação a junho de
2003, a queda foi de 0,5%.
Com a renda e a ocupação em
recuperação, membros da família
que antes saíam em busca de trabalho para complementar o orçamento, como aposentados e estudantes, deixaram de procurar e de
pressionar a taxa de desemprego.
"A recuperação no mercado de
trabalho era esperada, mas foi
melhor do que se esperava", disse
o economista da consultoria Global Invest Paulo Gomes.
Outro dado positivo foi o aumento de empregados com carteira assinada, que cresceu, em junho, 3,3% relação ao mesmo mês
do ano passado- a maior alta
desde maio de 2003.
Por outro lado, houve uma expansão do trabalho sem carteira
assinada, de 8,6%, em relação a
junho do ano passado.
Para o economista do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) Luiz Parreiras, o aumento da contratação sem carteira assinada se alinha com a própria recuperação econômica.
"Quando a economia começa a se
recuperar, primeiro ocorre um
aumento das horas trabalhadas.
Depois, sobem as vagas sem carteira assinada. Só depois de a economia permanecer em crescimento sustentado as empresas assinam a carteira."
A recuperação do mercado de
trabalho, na avaliação do diretor
do Instituto de Economia da
UFRJ, João Sabóia, não foi uma
surpresa. "A tendência é que melhore porque a economia está se
recuperando. O ano passado foi
muito ruim e o crescimento está
se firmando", disse Sabóia.
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