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DISPUTA DE VIZINHOS
Máquinas de lavar roupa brasileiras poderão levar até 60 dias para entrar no mercado argentino
Argentina dificulta importação do Brasil
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
A partir de hoje as máquinas de
lavar roupas brasileiras poderão
levar até 60 dias para entrar no
mercado argentino. Ontem,o governo argentino cumpriu a promessa de exigir licenças prévias
para a importação do produto.
A resolução 177 foi publicada
ontem no "Diário Oficial" da Argentina. Trata-se da regulamentação da medida que há duas semanas estabeleceu que o governo poderá exigir autorização prévia para a importação de qualquer produto a ser especificado, conforme
anunciou o ministro de Economia, Roberto Lavagna, dois dias
antes da reunião de cúpula do
Mercosul, na Argentina.
De acordo com a Secretaria de
Indústria local, a medida poderá
ser suspensa a qualquer momento, caso as indústrias brasileira e
argentina cheguem a um entendimento, a exemplo do que ocorreu
com os fabricantes de refrigeradores e de fogões.
Para evitar a burocracia ao comércio, essas indústrias aceitaram as condições dos fabricantes
argentinos e concordaram em limitar suas exportações a 90 mil
unidades neste ano e a 47,5 mil
unidades no primeiro semestre
de 2005, no caso de fogões, e a
42,37 mil refrigeradores até o final
de setembro, quando as reuniões
recomeçam.
O Ministério do Desenvolvimento afirma que a medida argentina não significa o fim das negociações. "As negociações continuam", disse o ministro Luiz Fernando Furlan, por sua assessoria.
Depois de nove anos de déficits
comerciais consecutivos com a
Argentina, o Brasil soma atualmente um saldo positivo de US$
1,15 bilhão. Por isso, setores da indústria do país vizinho começaram a pedir proteção ao governo,
que atendeu a alguns fabricantes.
As exportações brasileiras de
máquinas de lavar roupa para o
mercado argentino aumentaram
176% neste ano, as de refrigeradores, 126% e as de fogões, 121%, de
acordo com as empresas.
Além de fogões e refrigeradores,
as indústrias de calçados e de têxteis chegaram a acordos neste ano
para limitar as exportações brasileiras, a fim de evitar as travas comerciais. Mas ainda há riscos para
os embarques brasileiros de máquinas agrícolas, suínos e móveis.
Também os brasileiros reclamam do aumentos das exportações argentinas de lácteos e de
mistura para trigo. Todos esses
setores devem se reunir neste ano
para discutir a limitação do comércio, conforme prevê o comitê
de monitoramento bilateral entre
os dois países.
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