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País evitará levar caso
para a OMC, diz Amorim
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, deixou claro ontem que o Brasil evitará levar
as disputas comerciais com a Argentina para a OMC (Organização Mundial do Comércio).
"No caso das relações entre o
Brasil e a Argentina isso deveria
apenas ser usado como solução
de último recurso", disse o ministro, em entrevista coletiva, no Itamaraty, em Brasília.
Ele disse, no entanto, que a Argentina precisa investir nos setores pouco competitivos. "Não se
pode manter para sempre setores
não-competitivos sem melhoras",
disse Amorim.
A frase é uma indicação de que
o Brasil não pode aceitar para
sempre proteções para determinados setores argentinos que não
têm condições de competir com
as empresas brasileiras. Enfraquecido, os industrias argentinos
pediram medidas de proteção ao
governo local e foram parcialmente atendidos.
Os empresários de Brasil e Argentina conseguiram resolver
pendências para os setores de geladeiras e fogões.
No caso de máquinas de lavar e
televisões, no entanto, ainda não
foi possível chegar a um acordo
privado.
Amorim chegou a questionar se
o país teria condições de sustentar
tecnicamente um caso na OMC
contra o seu vizinho. Segundo ele,
as restrições às importações brasileiras são contra produtos da Zona Franca de Manaus.
De acordo com Amorim, existe
um tratamento específico na
OMC para produtos oriundos de
zonas francas.
"Só se pode ir a OMC embasado
tecnicamente", disse Amorim.
"[Para entrar na OMC] há um
problema político e um técnico."
O político se refere às relações estratégicas com a Argentina e à
possibilidade de as disputas comerciais contaminarem o avanço
da integração no Mercosul.
"Queremos resolver pela negociação", disse Amorim. Até agora,
as negociações entre os setores
privados dos dois países, estimuladas pelos governos, têm sido a
forma para tentar superar os impasses. Nas suas declarações,
Amorim buscou defender os interesses dos empresários brasileiros, mas ao mesmo tempo enfatizou a importância de ser flexível
com a Argentina.
Amorim disse que é preciso "ter
flexibilidade e respeitar as sensibilidades" da Argentina, que passa
por um processo de transição.
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