|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crise da Varig eleva preço de passagens para EUA e Europa
Além da alta temporada, redução da oferta de assentos, gerada pela suspensão de vôos da aérea, inflaciona ainda mais os valores
Concorrentes cortaram ou reduziram descontos de bilhetes para o exterior; viagem para Paris de classe econômica chega a R$ 7.600
Nilton Fukuda/Folha Imagem
|
Passageira diante de balcão da Varig, que cortou vôos ao exterior |
DA SUCURSAL DO RIO
Com a redução dos vôos internacionais da Varig -e a suspensão temporária dessas freqüências depois da venda da
companhia-, viajar para o exterior ficou mais caro e tornou-se mais difícil conseguir um assento. Quem quiser ir hoje para
Paris, por exemplo, pagará na
TAM US$ 3.477 (R$ 7.632).
O preço parece de classe executiva, mas o bilhete é de ida e
volta da econômica e inclui as
taxas de embarque. Tarifa mais
baixa da TAM só em setembro:
US$ 2.045 (R$ 4.489).
Em praticamente nenhuma
companhia o passageiro encontra bilhetes promocionais, tendo à disposição apenas tarifas
cheias. Com a procura aquecida
em razão do câmbio favorável
(queda do dólar) e com a menor
oferta de assentos provocada
pela crise da Varig, as empresas
aéreas cortaram os descontos,
aproveitando a menor concorrência, afirmam agentes de viagens ouvidos pela Folha.
Mesmo apenas com passagens com tarifa cheia, a alemã
Lufthansa tem lugares disponíveis para Londres e Paris só no
começo de setembro, por US$
1.992 (com taxas, o valor é de
US$ 2.142). Na British Airways,
há passagens para os dois destinos só a partir de 12 de agosto e
ambas custam US$ 1.857 (US$
1.707, sem taxas).
Preço promocional, de acordo com atendentes da central
de atendimento da companhia
britânica, só em novembro
-US$ 969, mais taxas de US$
150. O mesmo acontece na Air
France: a companhia não tem
preços promocionais (a partir
de US$ 919) no momento, dispondo apenas da tarifa cheia.
Para a Europa, o menor preço encontrado de companhias
internacionais foi o da KLM:
US$ 1.594 (US$ 1.764 com taxas) para Londres e US$ 1.496
para Frankfurt (com as taxas, o
valor sobe para US$ 1.646).
Embarque, porém, somente
em 16 de agosto.
Outra opção é a brasileira
BRA. A passagem para Madri
custa R$ 2.718 (com taxa). Para
Lisboa, R$ 2.674. Os preços de
todas as companhias têm como
base saídas do aeroporto de
Guarulhos (São Paulo).
Quem quiser viajar para os
EUA nesta temporada encontra mais opções de partidas do
que para a Europa. A TAM cobra US$ 1.649 (taxas incluídas)
para viagem a Nova York no dia
26 deste mês. Neste mês, a tarifa para Miami está em US$
1.530, mas baixa para US$
1.250 a partir do fim de agosto.
Para embarque amanhã, a
United dispõe de bilhetes para
Nova York a US$ 2.645. Se o
passageiro viajar no dia 28 deste mês, pagará US$ 1.205. Preço promocional (US$ 1.250) somente a partir do fim de agosto. Nos três casos, deve ser
acrescida a taxa de US$ 88.
Segundo o agente de viagens
Marcelo Herszage, dono da
agência Waltat, houve uma
queda "brutal" na oferta de assentos com a crise da Varig, que
"cortou mais de 2.000 lugares
por dia para a Europa". Tal situação, diz, fez com que as outras companhias reduzissem
ou até mesmo cortassem os
descontos, num momento de
grande procura por causa da alta temporada e do estímulo da
desvalorização do dólar.
Outros agentes de viagem
que preferiram não se identificar confirmaram que houve redução drástica na oferta de
passagens com desconto pelas
empresas aéreas.
(PEDRO SOARES)
Texto Anterior: MP dá R$ 5 bi do FGTS para infra-estrutura Próximo Texto: Varig retoma vôos, mas ainda há confusão Índice
|