São Paulo, domingo, 23 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crise da Varig eleva preço de passagens para EUA e Europa

Além da alta temporada, redução da oferta de assentos, gerada pela suspensão de vôos da aérea, inflaciona ainda mais os valores

Concorrentes cortaram ou reduziram descontos de bilhetes para o exterior; viagem para Paris de classe econômica chega a R$ 7.600

Nilton Fukuda/Folha Imagem
Passageira diante de balcão da Varig, que cortou vôos ao exterior


DA SUCURSAL DO RIO

Com a redução dos vôos internacionais da Varig -e a suspensão temporária dessas freqüências depois da venda da companhia-, viajar para o exterior ficou mais caro e tornou-se mais difícil conseguir um assento. Quem quiser ir hoje para Paris, por exemplo, pagará na TAM US$ 3.477 (R$ 7.632).
O preço parece de classe executiva, mas o bilhete é de ida e volta da econômica e inclui as taxas de embarque. Tarifa mais baixa da TAM só em setembro: US$ 2.045 (R$ 4.489).
Em praticamente nenhuma companhia o passageiro encontra bilhetes promocionais, tendo à disposição apenas tarifas cheias. Com a procura aquecida em razão do câmbio favorável (queda do dólar) e com a menor oferta de assentos provocada pela crise da Varig, as empresas aéreas cortaram os descontos, aproveitando a menor concorrência, afirmam agentes de viagens ouvidos pela Folha.
Mesmo apenas com passagens com tarifa cheia, a alemã Lufthansa tem lugares disponíveis para Londres e Paris só no começo de setembro, por US$ 1.992 (com taxas, o valor é de US$ 2.142). Na British Airways, há passagens para os dois destinos só a partir de 12 de agosto e ambas custam US$ 1.857 (US$ 1.707, sem taxas).
Preço promocional, de acordo com atendentes da central de atendimento da companhia britânica, só em novembro -US$ 969, mais taxas de US$ 150. O mesmo acontece na Air France: a companhia não tem preços promocionais (a partir de US$ 919) no momento, dispondo apenas da tarifa cheia.
Para a Europa, o menor preço encontrado de companhias internacionais foi o da KLM: US$ 1.594 (US$ 1.764 com taxas) para Londres e US$ 1.496 para Frankfurt (com as taxas, o valor sobe para US$ 1.646). Embarque, porém, somente em 16 de agosto.
Outra opção é a brasileira BRA. A passagem para Madri custa R$ 2.718 (com taxa). Para Lisboa, R$ 2.674. Os preços de todas as companhias têm como base saídas do aeroporto de Guarulhos (São Paulo).
Quem quiser viajar para os EUA nesta temporada encontra mais opções de partidas do que para a Europa. A TAM cobra US$ 1.649 (taxas incluídas) para viagem a Nova York no dia 26 deste mês. Neste mês, a tarifa para Miami está em US$ 1.530, mas baixa para US$ 1.250 a partir do fim de agosto.
Para embarque amanhã, a United dispõe de bilhetes para Nova York a US$ 2.645. Se o passageiro viajar no dia 28 deste mês, pagará US$ 1.205. Preço promocional (US$ 1.250) somente a partir do fim de agosto. Nos três casos, deve ser acrescida a taxa de US$ 88.
Segundo o agente de viagens Marcelo Herszage, dono da agência Waltat, houve uma queda "brutal" na oferta de assentos com a crise da Varig, que "cortou mais de 2.000 lugares por dia para a Europa". Tal situação, diz, fez com que as outras companhias reduzissem ou até mesmo cortassem os descontos, num momento de grande procura por causa da alta temporada e do estímulo da desvalorização do dólar.
Outros agentes de viagem que preferiram não se identificar confirmaram que houve redução drástica na oferta de passagens com desconto pelas empresas aéreas.
(PEDRO SOARES)


Texto Anterior: MP dá R$ 5 bi do FGTS para infra-estrutura
Próximo Texto: Varig retoma vôos, mas ainda há confusão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.