São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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TELEFONIA

Valor para aquisição de 19,9% de ações da operadora de longa distância deve girar em torno de US$ 10 milhões

Oferta da Brasil Telecom à Intelig sai hoje

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do conselho de administração da Intelig, Steven Marshall, deve receber hoje a proposta de compra de 19,9% das ações de sua empresa pela Brasil Telecom. O valor deve girar em torno de US$ 10 milhões.
Marshall disse ontem que o prazo final para que a Brasil Telecom faça a oferta de aquisição dos papéis vence justamente hoje. "Temos outras operadoras interessadas no negócio."
A aquisição da Intelig é estratégica para a Brasil Telecom, que não antecipou em 2001 as metas de universalização de telefonia local criadas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para 2003. Por isso, somente pode efetuar ligações de longa distância nacional dentro de suas regiões (Centro-Oeste e Sul).
Segundo a Anatel, a compra de parte da Intelig não permitirá que a Brasil Telecom passe agora a realizar ligações de longa distância nacionais e internacionais. Isso será possível somente a partir de julho de 2003, quando estarão liberados serviços de qualquer operadora para todo o Brasil. O código 23 da Intelig poderá até mesmo ser substituído pelo 14 da Brasil Telecom.
Em nenhum momento a Intelig poderá privilegiar a Brasil Telecom em suas operações, muito menos se dedicar exclusivamente aos serviços dela. Os preços da Intelig para a Brasil Telecom terão de ser exatamente iguais aos cobrados para outras operadoras, como a Telefônica e a Telemar.
Atualmente a Brasil Telecom sofre desvantagem em relação à Telefônica e à Telemar porque essas duas operadoras já têm permissão para atuar em todo o território brasileiro e efetuar ligações de longa distância nacionais e internacionais.

Venda total
Marshall confirmou que a intenção dos controladores da Intelig é vender 100% das ações. Isso somente poderá ocorrer em julho de 2003, conforme as regras da Anatel. Por enquanto, a inglesa Natural Grid, que possui 50% das ações da Intelig, a americana Sprint e a francesa France Telecom, que detêm cada uma 25% dos papéis, terão de se contentar em vender parte de suas ações.
Depois de um período difícil nos negócios, a Intelig começou a registrar em fevereiro resultados positivos no EBITDA (indicador usado pelo mercado que demonstra a geração de caixa, sem descontar o pagamento de juros e impostos).
Sua receita mensal é de cerca de R$ 100 milhões, mas a empresa ainda tem prejuízo líquido.


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