|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FASE DOIS
Meirelles diz que banco vai reavaliar nos próximos dias previsão do PIB e volta a sustentar gradualismo no Copom
BC vê cenário para retomada do crescimento
DOS ENVIADOS A CAMPOS DO JORDÃO
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, disse ontem
que o país tem estabelecidas ""as
condições para a retomada do
crescimento". Meirelles afirmou
que a diretoria do BC analisará
nos próximos dias a previsão de
expansão da economia neste ano,
mas se recusou a comentar se poderá haver alteração (para cima)
nos números -a estimativa atual
do banco é alta de 1,5% no PIB.
Em discurso no encerramento
de congresso de mercado financeiro internacional, promovido
pela BM&F, em Campos do Jordão, o presidente do BC rebateu,
como fizera anteontem, as críticas
do mercado de que o banco sinalizara de forma ""errada" a decisão
do Copom e voltou a defender o
que chama de gradualismo na redução dos juros.
O BC surpreendera os analistas,
na quarta, ao anunciar redução de
2,5 pontos percentuais na taxa básica de juros, para 22% ao ano,
quando a aposta, quase unânime,
era queda de 1,5 ponto.
""Gradualismo não significa repetição sistemática de decisões de
reuniões passadas [em julho, o BC
havia reduzido em 1,5 ponto a taxa Selic). Em qualquer país do
mundo às vezes existe uma surpresa. Nem sempre existe uma
previsibilidade absoluta, até porque a economia nem sempre é
previsível", completou, em alusão
ao recuo nos índices de inflação
não só no atacado mas também
do varejo nos últimos três meses.
E continuou: ""A seguir esse raciocínio [de sinalizar sempre ao
mercado suas decisões] o BC teria
Fiscalização será intensificada, diz ministério que se comprometer com uma
política rígida, prefixada, que vai
contra a premissa básica da instituição de adotar a decisão que é a
melhor possível para a economia
naquele momento. O importante
é que o BC dê à população a segurança de que não está enrijecido
por coisas preestabelecidas".
Meirelles também afirmou que
a estimativa de déficit em transações correntes (balanço de todas
as negociações de bens e serviços
feitas entre o Brasil e o exterior)
pode ser ""conservadora". Para este ano, a previsão atual do BC é
um déficit de US$ 4,2 bilhões.
Ao longo dos últimos anos, o
desequilíbrio nas transações correntes fora apontado como um
dos maiores indicadores de vulnerabilidade da economia. Em
1998, o déficit nessa conta chegou
a US$ 33,4 bilhões.
Com a desvalorização do real de
2002 e o consequente aumento do
saldo da balança comercial, as
contas externas melhoraram
-nos últimos 12 meses encerrados em julho, ficou superavitária
em US$ 2,568 bilhões.
(AM e JAD)
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Indústria: Receita cai R$ 3 bi com bens de capital sem IPI Índice
|