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São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2003

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FASE DOIS

Meirelles diz que banco vai reavaliar nos próximos dias previsão do PIB e volta a sustentar gradualismo no Copom

BC vê cenário para retomada do crescimento

DOS ENVIADOS A CAMPOS DO JORDÃO

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que o país tem estabelecidas ""as condições para a retomada do crescimento". Meirelles afirmou que a diretoria do BC analisará nos próximos dias a previsão de expansão da economia neste ano, mas se recusou a comentar se poderá haver alteração (para cima) nos números -a estimativa atual do banco é alta de 1,5% no PIB.
Em discurso no encerramento de congresso de mercado financeiro internacional, promovido pela BM&F, em Campos do Jordão, o presidente do BC rebateu, como fizera anteontem, as críticas do mercado de que o banco sinalizara de forma ""errada" a decisão do Copom e voltou a defender o que chama de gradualismo na redução dos juros.
O BC surpreendera os analistas, na quarta, ao anunciar redução de 2,5 pontos percentuais na taxa básica de juros, para 22% ao ano, quando a aposta, quase unânime, era queda de 1,5 ponto.
""Gradualismo não significa repetição sistemática de decisões de reuniões passadas [em julho, o BC havia reduzido em 1,5 ponto a taxa Selic). Em qualquer país do mundo às vezes existe uma surpresa. Nem sempre existe uma previsibilidade absoluta, até porque a economia nem sempre é previsível", completou, em alusão ao recuo nos índices de inflação não só no atacado mas também do varejo nos últimos três meses.
E continuou: ""A seguir esse raciocínio [de sinalizar sempre ao mercado suas decisões] o BC teria Fiscalização será intensificada, diz ministério que se comprometer com uma política rígida, prefixada, que vai contra a premissa básica da instituição de adotar a decisão que é a melhor possível para a economia naquele momento. O importante é que o BC dê à população a segurança de que não está enrijecido por coisas preestabelecidas".
Meirelles também afirmou que a estimativa de déficit em transações correntes (balanço de todas as negociações de bens e serviços feitas entre o Brasil e o exterior) pode ser ""conservadora". Para este ano, a previsão atual do BC é um déficit de US$ 4,2 bilhões.
Ao longo dos últimos anos, o desequilíbrio nas transações correntes fora apontado como um dos maiores indicadores de vulnerabilidade da economia. Em 1998, o déficit nessa conta chegou a US$ 33,4 bilhões.
Com a desvalorização do real de 2002 e o consequente aumento do saldo da balança comercial, as contas externas melhoraram -nos últimos 12 meses encerrados em julho, ficou superavitária em US$ 2,568 bilhões. (AM e JAD)


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