São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

LCA prevê alta de 2,5% do PIB em 2008 se crise for mais forte

Apesar do bom humor do mercado ontem, a turbulência no mercado financeiro ainda não acabou. As incertezas ainda são grandes e novos estresses podem surgir a qualquer momento, embora muito provavelmente não na mesma intensidade da semana passada.
Diante da piora do mercado nessas duas últimas semanas, a consultoria LCA ampliou as chances de ocorrência do chamado cenário adverso, que prevê uma desaceleração mais forte do crescimento da economia neste e no próximo ano.
Nesse cenário adverso, a LCA prevê alta do PIB de 4,4% neste ano e de apenas 2,5% em 2008. O dólar encerra 2007 em R$ 2,25 e o ano seguinte em R$ 2,15. A Selic se mantém em 11,5% nos dois anos. Já a inflação fecha 2007 em 3,8% e 2008 em 4,2%, abaixo, portanto, do centro da meta. A LCA considera um terço de probabilidade de esse cenário se concretizar.
No outro cenário, o básico, com dois terços de chance de se confirmar, o PIB cresce 4,7% em 2007 e 5% em 2008. O dólar fecha este ano em R$ 1,95 e, em 2008, em R$ 2,05. A Selic encerra 2007 em 10,75% e o ano seguinte em 9,5%. A inflação fica em 3,7% nos dois anos.
Para a ocorrência do cenário adverso, o economista Bráulio Borges, da LCA, diz que seria necessária uma paralisia total do crédito, o chamado "credit crunch". Hoje, o crédito está travado principalmente no mercado imobiliário americano de hipotecas de qualidade ruim, o "subprime".
A paralisia no sistema de crédito mundial provocaria uma freada muito forte na atividade econômica mundial, com reflexos no Brasil em 2008. Para este ano, a crise terá pouca influência. Se, por hipótese, o país crescer zero até o final deste ano, o PIB já terá se expandido em 3,6%, segundo a LCA.
Os próximos dois meses serão cruciais para saber qual dos cenários prevalecerá. A atuação do Fed será decisiva. Se baixar os juros e continuar injetando liquidez no mercado, as chances do cenário básico aumentam. Caso contrário, o mercado pode ter novos dias de turbulência.

PERFUME
O designer Kenneth Cole acaba de lançar no Brasil seu novo perfume Kenneth Cole R.S.V.P., que traz o cantor norte-americano Jon Bon Jovi como estrela da campanha. Segundo Thomas Pestalozzi, responsável pela marca no Brasil, a embalagem, feita em madeira reciclável, é uma das novidades no mercado internacional de perfumaria. No Brasil, marcas como Natura e O Boticário já produziam embalagens sustentáveis.

DE MUDANÇA
O executivo carioca Márcio Mattos assume nos próximos dias a presidência da Starent Networks, uma empresa especializada em soluções para a rede de telefonia móvel, que desembarca no Brasil para disputar um mercado de US$ 800 milhões liderado pela Cisco e pela Nokia. Mattos presidia antes a Avaya Comunications. A contratação do executivo foi feita pelo headhunter Antônio Carlos Martins, da Perfil Consultores Executivos.
LANÇAMENTO
O ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento) e Luciano Coutinho, presidente do BNDES, estarão hoje no lançamento da revista "PIB -Presença Internacional do Brasil", no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo.

OLHO VIVO
O chairman e CEO mundial da IP, John Faraci, desembarca em Campinas para fazer, ao lado de Maximo Pacheco, presidente da empresa no Brasil, um "broadcast" com os colaboradores da companhia no mundo. É a primeira vez que essa ação é feita fora dos EUA.

CAIXINHA
A Universidade Harvard teve um aumento de 23% em suas doações, fechando o último ano fiscal, encerrado no dia 30 de junho, com um total de US$ 34,9 bilhões. Com outros bens e contas relacionadas, o valor sobe para US$ 41 bilhões. Um dos responsáveis pela expansão é Mohamed A. El-Erian (foto), que comandava a norte-americana Pimco, uma das maiores gestoras de bônus de emergentes do mundo.

DIET
A H20H! continua na liderança no mercado diet/light da Grande São Paulo, segundo a Nielsen de julho, com 27,8% de participação, alta de 2,5 pontos percentuais ante o mês anterior. A nova versão H2OH! Tangerina Limão, lançada há um mês, teve 3,4% de participação.

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