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BC dos EUA vê moderação na inflação nos próximos meses
Presidente do Fed afirma que queda nos preços das commodities é "animadora"
Bernanke sinaliza ainda que juros devem ser mantidos
em 2%, com o objetivo de
estimular o crescimento dos
EUA; Dow Jones sobe 1,73%
Manuel Balce Ceneta-10.jul.08/Associated
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O presidente do BC norte-americano, Ben Bernanke
DA REDAÇÃO
O presidente do Fed (Federal
Reserve, o banco central dos
EUA), Ben Bernanke, afirmou
que há sinais "animadores" de
que a inflação se desacelerará
no final deste ano e em 2009.
Ele sinalizou ainda que a entidade manterá a taxa de juros
básica, que está no seu nível
mais baixo desde o final de
2004, em 2%.
"O recente declínio nos preços das commodities, assim como a crescente estabilidade do
dólar, tem sido animador. Caso
não sejam revertidos, esses desenvolvimentos, ao lado do ritmo de crescimento -que deve
ficar abaixo do seu potencial
por um período-, deverão levar a inflação a se moderar no
final deste ano ano e em 2009",
afirmou Bernanke, que participa do seminário anual do Fed,
em Jackson Hole (Wyoming).
Ele disse que, apesar das
pressões inflacionárias, o Fed
deve manter sua política de juros baixos, buscando estimular
o crescimento da economia
americana. "Essa estratégia está condicionada na nossa expectativa de que os preços do
petróleo e de outras commodities vão se estabilizar, em parte
como resultado da desaceleração do crescimento global."
Depois de atingir o seu pico,
no começo do mês passado, de
US$ 145,29, a cotação do barril
de petróleo recuou aproximadamente US$ 30. Na comparação com o mesmo período do
ano passado, porém, a valorização é de cerca de 65%.
No entanto, mesmo com o
recente recuo, Bernanke, cujo
discurso animou as Bolsas dos
EUA (o Dow Jones subiu
1,73%), afirmou que o cenário
para a inflação continua "altamente incerto", devido, entre
outros motivos, à dificuldade
em prever o futuro dos preços
das commodities. Segundo ele,
o Fed continuará a "monitorar
de perto a inflação e as expectativas de inflação".
Uma das preocupações do
Fed é que a inflação de combustíveis e alimentos se dissemine
para outros itens, o que corroeria ainda mais o poder de compra dos consumidores -responsáveis por cerca de 70% do
PIB dos EUA. No acumulado de
12 meses até julho, a alta do índice de preços ao consumidor
(CPI, na sigla em inglês) foi a
maior em 17 anos, e a dos preços ao produtor (PPI) atingiu o
seu maior nível em 27 anos.
Uma das dificuldades enfrentadas pelo Fed é que, ao
mesmo tempo em que precisa
combater o aumento dos preços, a economia americana está
crescendo abaixo do seu potencial, o que dificulta o aumento
dos juros. O BC dos EUA reduziu os juros sete vezes seguidas
(de 5,25% para 2%, de setembro de 2007 a abril deste ano),
visando exatamente estimular
o avanço do PIB.
No segundo trimestre, o PIB
americano cresceu 1,9%, e a expectativa é que a revisão da semana que vem aponte um
avanço de entre 2,5% e 3%, devido ao aumento das exportações. Porém, no último trimestre de 2007, a principal economia mundial se contraiu pela
primeira vez desde 2001.
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