São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 2002 |
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ESCÂNDALO Novo relatório aponta valor adicional para dívidas escondidas no balanço da empresa de energia dos EUA Fraude contábil na Enron pode ser maior
DA REDAÇÃO Um novo relatório, concluído por investigadores federais na sexta-feira, indica que a gigante norte-americana de energia Enron, concordatária desde 2001, criou uma série de parcerias com outras empresas e bancos que permitiram manipular repetidamente seu balanço financeiro e esconder débitos de até US$ 25 bilhões nos últimos dois anos. A descoberta pode abater a credibilidade dos bancos envolvidos na suposta operação, com repercussão na Bolsa de Valores. Investigações preliminares já indicavam a proximidade de bancos e empresas na fraude contábil da Enron, que teria escondido um rombo de cerca de US$ 14 bilhões. O novo documento, porém, aponta que a fraude pode ter tido uma participação maior das instituições financeiras e sugere que o rombo pode ter sido 78% maior. Pelo relatório, a Enron, com a ajuda de sua ex-auditora, a Arthur Andersen, criou uma série de complicadas transações financeiras que permitiram tratar empréstimos tomados como se fossem vendas efetuadas. No final, o lucro e a rentabilidade da companhia foram inflados artificialmente, e as dívidas, escondidas. Segundo o jornal "New York Times", a investigação indica que ex-executivos da Enron, contadores, instituições financeiras e escritórios de advocacia foram responsáveis pelo colapso da empresa, mesmo que indiretamente. Todos ficam passíveis de condenação judicial, que pode determinar indenização de bilhões de dólares aos lesados pela Enron. A operação funcionava como um dominó. Se uma pedra fosse derrubada, todas cairiam. Por isso as companhias teriam se envolvido na operação fraudulenta. De acordo com o jornal norte-americano, grandes bancos davam suporte à operação. Entre eles, o Barclays, o FleetBoston e o Credit Suisse First Boston. Representantes das instituições foram procurados, mas não quiseram fazer comentários sobre o teor do documento. Segundo o relatório, a Enron chegou a vender ações para outras empresas, mas manteve o controle sobre os papéis -eram apenas operações fictícias. Com agências internacionais Texto Anterior: Real fraco afeta a meta de inflação Próximo Texto: Nova prova liga banco a fraude da WorldCom Índice |
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