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TRABALHO
Após reunião com representante do TRT, grevistas se comprometem a manter em funcionamento algumas atividades
Bancários devem manter serviços essenciais
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Em greve há nove dias, os bancários se comprometeram ontem
a manter o funcionamento de serviços essenciais no setor após se
reunirem com o vice-presidente
judicial do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo, o
juiz Pedro Paulo Teixeira Manus.
A reunião ocorreu após o Ministério Público do Trabalho de
São Paulo pedir que a Justiça julgasse a greve dos bancários e concedesse liminar para garantir que
70% dos serviços prestados à população sejam mantidos pelos
bancos e pelos funcionários. A liminar e o julgamento da greve
ainda não foram definidas.
A interferência da Justiça na paralisação dos bancários foi pedida
pela procuradora regional do Trabalho Oksana Boldo, que considera que o serviço bancário é considerado essencial (como o prestado por funcionários da saúde e
do setor de transportes e energia)
e tem de ser mantido à população.
O vice-presidente do TRT também se reuniu com representantes da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Segundo o tribunal, sindicalistas e representantes
dos bancos informaram que pretendem buscar "uma solução negociada para a greve".
"Em São Paulo, o atendimento
ao público não foi prejudicado",
diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
A paralisação, iniciada em quatro capitais no dia 15, completa
hoje nove dias e conta com a adesão de mais 200 mil bancários no
país em 24 capitais e 107 cidades
do interior, segundo a CNB (Confederação Nacional dos Bancários). Para a Fenaban, estão parados 5% dos 28 mil pontos de atendimento. As duas entidades travam uma guerra de números porque não há como medir a adesão
em cada ponto do país.
A Folha fez um levantamento
informal em agências da cidade e
verificou que 60% delas estavam
paralisadas pelo movimento.
Em São Paulo, o sindicato informa que cerca de 2.500 bancários
optaram pela continuidade da
greve. Segundo o sindicato, por
causa das liminares que estão sendo obtidas pelos bancos para
manter as agências abertas, o número de locais parados ontem diminuiu de 354 para 296.
A categoria quer 25% de reajuste e participação nos lucros e resultados. A proposta dos bancos é
de um reajuste de 8,5% a 12,77%
dependendo da faixa salarial.
Representantes da CUT e da
CNB entregaram ontem ao presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), Nelson Jobim, documento que denuncia perseguições e ameaças de demissões de
bancários que aderiram à greve
para reajuste salarial.
"O Banco do Brasil fez uma reunião com 600 administradores
para pedir repressão aos funcionários que participarem da greve.
A direção do banco disse que, se
esses gerentes não fizessem isso,
sofreriam também as conseqüências no futuro", diz Vagner Freitas, presidente da CNB.
O Banco do Brasil nega ter feito
ameaças a funcionários. A assessoria do BB informou que o banco reuniu no último dia 15 cerca
de 400 empregados com cargos de
confiança para discutir o impacto
da greve nos negócios do banco.
Em Brasília, alguns grevistas
que protestavam em frente à sede
do BB entraram em confronto
com a polícia. No Rio, os bancários fizeram uma manifestação
em frente ao Tribunal de Justiça
contra as liminares concedidas.
Com as Sucursais de Brasília e do Rio
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