São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crescimento vai deteriorar resultados do próximo ano, prevê Banco Central

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A retomada do crescimento econômico deve provocar uma piora no resultado das contas externas do ano que vem, segundo projeções divulgadas ontem pelo Banco Central. Com a expectativa de um aumento cada vez maior das importações, o saldo da conta de transações correntes -um dos indicadores da vulnerabilidade externa de um país- deve sofrer uma significativa redução.
Neste ano, o BC estima que o país registrará um superávit em transações correntes de US$ 6,7 bilhões -influenciado, principalmente, pela balança comercial. Para 2005, porém, espera-se que essa conta apresente um saldo positivo de apenas US$ 100 milhões.
Para o diretor interino de Política Econômica do BC, Eduardo Loyo, a queda no saldo das contas externas não é um fator de preocupação. "Ter superávit em transações correntes não é objetivo de política econômica", afirma. "À medida que a retomada se concretiza, é natural que haja uma redução [no superávit]."
Ao mesmo tempo em que celebra o superávit recorde alcançado neste ano, o diretor do BC diz não ser fundamental que esse saldo se mantenha ao longo do tempo. Em tese, a retomada do nível de atividade provoca aumento nas importações, o que leva a uma queda no saldo da balança comercial.
Neste ano, o BC projeta em US$ 30 bilhões o saldo da balança comercial. Em 2005, esse número se reduziria para US$ 24,5 bilhões. Loyo afirma que, ainda assim, é positivo que se mantenha a conta de transações correntes perto do equilíbrio num momento em que se espera que a economia cresça.
O BC também espera que as empresas brasileiras continuem não renovando seus empréstimos no exterior. Segundo as projeções, elas devem refinanciar apenas 70% dos compromissos que vencem entre este ano e 2005.


Texto Anterior: Operação da AmBev infla investimentos diretos
Próximo Texto: Contramão: Fluxo de recursos recua 39% em 2003
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.