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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Falta de crédito ameaça infra-estrutura
A crise financeira global está
assustando as grandes empresas de infra-estrutura do país. A
grande preocupação é com a
restrição ao crédito, que, por
enquanto, afeta as decisões de
curto prazo, mas, se houver um
agravamento da situação, os
projetos de longo prazo também podem ser atingidos.
O presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base),
Paulo Godoy, afirma que a
maior preocupação do setor,
hoje, é o restabelecimento do
fluxo financeiro.
O crédito está muito mais seletivo e as empresas estão com
dificuldades de tomar dinheiro
emprestado nos bancos principalmente para as operações do
dia-a-dia.
Os próprios bancos brasileiros, apesar de não terem tido
problemas de inadimplência,
estão com dificuldades de renovar suas linhas externas de
crédito. O Banco Central tem
usado parte das reservas para
emprestar aos bancos.
Godoy acha ainda muito cedo
para que se chegue a alguma
conclusão se os planos de investimento de longo prazo das
empresas serão afetados por
esse problema de liquidez. As
grandes empresas têm se reunido diariamente para discutir
essas questões, mas ainda não
chegaram a uma definição.
Segundo Paulo Godoy, a
grande vantagem é que uma
boa parte dos projetos de investimento no Brasil conta com dinheiro do BNDES.
Os financiamentos do banco
não secaram e os juros também
não aumentaram, mas o montante pode ser insuficiente para
atender aos projetos de investimentos do país.
Godoy defende que a capitalização do BNDES seja aprovada o mais rápido possível para
que se ampliem os financiamentos do banco para o setor
de infra-estrutura. O empresário vai discutir essas questões
hoje com o presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, em
reunião do Fórum Nacional da
Indústria, que será realizado na
sede da Abdib, em São Paulo.
CASSINO
No fim do ano passado, o valor de mercado da
BM&FBovespa seria o segundo maior entre as Bolsas dos
Estados Unidos e do Brasil, abaixo apenas da Bolsa Mercantil de Chicago. A crise fez com que o valor da empresa
despencasse. Pelas contas da Economática, na sexta-feira
passada, a empresa, cuja fusão se consolidou apenas há
um mês, valia US$ 10 bilhões, uma queda de 61,8% em relação aos US$ 26,5 bilhões de 31 de dezembro de 2007. As
ações da BM&FBovespa foram as que mais caíram neste
ano. O melhor comportamento foi o da Nasdaq.
NA BIBLIOTECA
A Libre (Liga Brasileira de Editoras), que reúne editoras
brasileiras independentes, vai promover a Feira de livro Primavera dos Livros, de quinta-feira até o próximo domingo,
no Centro Cultural São Paulo. A programação, segundo Renata Farhat Borges, presidente da entidade, será focada na
acessibilidade. "A acessibilidade é uma questão muito forte
no mercado editorial. Está mencionada na Lei do Livro, mas
não foi regulamentada", diz. Durante o evento, será inaugurado um convênio entre as editoras e a prefeitura, para ampliar o projeto Ônibus-biblioteca, que hoje tem só um ônibus
e passará a ter quatro, com ampliação do roteiro. Os novos
veículos começam a circular em outubro.
NA TAÇA
O espanhol José Manuel Ortega Gil-Fournier, que já trabalhou para o Goldman Sachs em Londres e hoje é dono das
vinícolas O.Fournier, está no Brasil nesta semana, a convite
da importadora Vinci. Gil-Fournier veio mostrar seus vinhos
produzidos na Argentina, na Espanha e no Chile.
PREOCUPAÇÃO
Andrew Liveris, presidente da Dow Chemical, disse
ontem, no Detroit Economic Club, que está preocupado, pois os EUA estão perdendo lugar como nação indispensável e que o país perdeu de vista o que o tornou
forte: uma indústria capaz
de gerar inovações tecnológicas e empregos do chão de
fábrica aos altos cargos.
EXPANSÃO
A aquisição da LWB, por
US$ 1 bilhão, não foi a última
ação da Magnesita. A empresa, sediada em Contagem,
analisou possibilidades de
expansão internacional, que
ainda podem gerar negócio.
No radar, gigantes do setor
como RHI, ANH e Resco.
CONFLITO
Conflitos interpessoais
são responsáveis por 70%
das demissões nas empresas, segundo Cristina Merino, mediadora do Serviço
Publico Basco (Espanha),
que falou no Fórum Internacional de Mediação Empresarial, em São Paulo.
CLORO
A Pan-Americana Indústrias Químicas vai abrir o
projeto de ampliação de
uma de suas unidades fabris.
Com investimentos de R$
20 milhões, a empresa pretende aumentar em 30% a
capacidade produtiva de cloro e potassa cáustica, principais produtos da empresa e
responsáveis por cerca de
80% do faturamento.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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