São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Falta de crédito ameaça infra-estrutura

A crise financeira global está assustando as grandes empresas de infra-estrutura do país. A grande preocupação é com a restrição ao crédito, que, por enquanto, afeta as decisões de curto prazo, mas, se houver um agravamento da situação, os projetos de longo prazo também podem ser atingidos.
O presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), Paulo Godoy, afirma que a maior preocupação do setor, hoje, é o restabelecimento do fluxo financeiro.
O crédito está muito mais seletivo e as empresas estão com dificuldades de tomar dinheiro emprestado nos bancos principalmente para as operações do dia-a-dia.
Os próprios bancos brasileiros, apesar de não terem tido problemas de inadimplência, estão com dificuldades de renovar suas linhas externas de crédito. O Banco Central tem usado parte das reservas para emprestar aos bancos.
Godoy acha ainda muito cedo para que se chegue a alguma conclusão se os planos de investimento de longo prazo das empresas serão afetados por esse problema de liquidez. As grandes empresas têm se reunido diariamente para discutir essas questões, mas ainda não chegaram a uma definição.
Segundo Paulo Godoy, a grande vantagem é que uma boa parte dos projetos de investimento no Brasil conta com dinheiro do BNDES.
Os financiamentos do banco não secaram e os juros também não aumentaram, mas o montante pode ser insuficiente para atender aos projetos de investimentos do país.
Godoy defende que a capitalização do BNDES seja aprovada o mais rápido possível para que se ampliem os financiamentos do banco para o setor de infra-estrutura. O empresário vai discutir essas questões hoje com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, em reunião do Fórum Nacional da Indústria, que será realizado na sede da Abdib, em São Paulo.

CASSINO

No fim do ano passado, o valor de mercado da BM&FBovespa seria o segundo maior entre as Bolsas dos Estados Unidos e do Brasil, abaixo apenas da Bolsa Mercantil de Chicago. A crise fez com que o valor da empresa despencasse. Pelas contas da Economática, na sexta-feira passada, a empresa, cuja fusão se consolidou apenas há um mês, valia US$ 10 bilhões, uma queda de 61,8% em relação aos US$ 26,5 bilhões de 31 de dezembro de 2007. As ações da BM&FBovespa foram as que mais caíram neste ano. O melhor comportamento foi o da Nasdaq.

NA BIBLIOTECA

A Libre (Liga Brasileira de Editoras), que reúne editoras brasileiras independentes, vai promover a Feira de livro Primavera dos Livros, de quinta-feira até o próximo domingo, no Centro Cultural São Paulo. A programação, segundo Renata Farhat Borges, presidente da entidade, será focada na acessibilidade. "A acessibilidade é uma questão muito forte no mercado editorial. Está mencionada na Lei do Livro, mas não foi regulamentada", diz. Durante o evento, será inaugurado um convênio entre as editoras e a prefeitura, para ampliar o projeto Ônibus-biblioteca, que hoje tem só um ônibus e passará a ter quatro, com ampliação do roteiro. Os novos veículos começam a circular em outubro.

NA TAÇA

O espanhol José Manuel Ortega Gil-Fournier, que já trabalhou para o Goldman Sachs em Londres e hoje é dono das vinícolas O.Fournier, está no Brasil nesta semana, a convite da importadora Vinci. Gil-Fournier veio mostrar seus vinhos produzidos na Argentina, na Espanha e no Chile.

PREOCUPAÇÃO
Andrew Liveris, presidente da Dow Chemical, disse ontem, no Detroit Economic Club, que está preocupado, pois os EUA estão perdendo lugar como nação indispensável e que o país perdeu de vista o que o tornou forte: uma indústria capaz de gerar inovações tecnológicas e empregos do chão de fábrica aos altos cargos.

EXPANSÃO
A aquisição da LWB, por US$ 1 bilhão, não foi a última ação da Magnesita. A empresa, sediada em Contagem, analisou possibilidades de expansão internacional, que ainda podem gerar negócio. No radar, gigantes do setor como RHI, ANH e Resco.

CONFLITO
Conflitos interpessoais são responsáveis por 70% das demissões nas empresas, segundo Cristina Merino, mediadora do Serviço Publico Basco (Espanha), que falou no Fórum Internacional de Mediação Empresarial, em São Paulo.

CLORO
A Pan-Americana Indústrias Químicas vai abrir o projeto de ampliação de uma de suas unidades fabris. Com investimentos de R$ 20 milhões, a empresa pretende aumentar em 30% a capacidade produtiva de cloro e potassa cáustica, principais produtos da empresa e responsáveis por cerca de 80% do faturamento.

com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI



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