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Outros setores e lobistas atuam para pegar carona no pacote de US$ 700 bi
DE WASHINGTON
É improvável que a maior
operação resgate da história
dos Estados Unidos seja aprovada sem que lobistas e representantes de outros setores da
economia tentem pegar uma
carona no pacote de US$ 700
bilhões. A atividade começou já
na sexta-feira, antes mesmo de
o esboço do plano governamental chegar oficialmente para debate no Congresso.
Nas últimas horas, só faz aumentar. O primeiro grupo a
conseguir uma vitória, ainda
que parcial, foi das instituições
financeiras estrangeiras. No
plano original, só eram contempladas "empresas com sede
nos EUA".
Nas horas seguintes, depois
de lobby de grupos como o
Deutsche Bank e o UBS, suíço,
o conceito foi ampliado de maneira a incluir mesmo empresas sem atividade no país.
Na seqüência, foi a vez das
empresas do setor financeiro.
Em e-mail distribuído anteontem, a Financial Services
Roundtable, que reúne os principais executivos de bancos e
empresas de seguros, exortava
que "a definição de instituição
financeira seja a mais ampla
possível".
Outras entidades, como a Independent Community Bankers of America, o American
Securitization Forum e o Investment Company Institute,
entraram na arena via lobistas
-o lobby é uma atividade permitida e regulada por lei nos
Estados Unidos.
A pressão funciona nos dois
lados do espectro político, mas
o que vem levantando mais
obstáculos ao grupo até agora é
a oposição democrata. O congressista Barney Frank, presidente do comitê de serviços financeiros da Câmara e um dos
líderes das negociações, vem
jogando água fria nas principais
reivindicações.
Ontem, revelou que um dos
pontos de discórdia nas discussões entre governo e oposição é
justamente a inclusão de empresas estrangeiras como possíveis beneficiadas pelo pacote,
ponto que Henry Paulson foi
defender nas TVs anteontem.
Agora, os políticos trabalham
na linguagem da lei para definir
o que são "empresas com atividade nos Estados Unidos".
Outro ponto a definir é quais
empresas podem ser consideradas "atingidas pela crise hipotecária". A princípio, defendem os lobistas, toda e qualquer empresa pode se encaixar
na definição, já que a crise econômica toma todo o país.
(SD)
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