São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Petróleo tem maior alta em um dia e chega a US$ 120

Aumento de US$ 16,37 na Bolsa de NY é superior à cotação do barril em 1999

Ouro também foi uma alternativa de investidores para se protegerem de incerteza nas Bolsas e da queda da moeda americana

DA REDAÇÃO

O preço do barril de petróleo teve a maior alta da história ontem, com os investidores buscando as commodities como um porto seguro em um momento em que ainda se discute como será e quais serão os impactos do projeto do governo americano para acalmar os mercados. O aumento também foi ajudado pela desvalorização do dólar e pelo encerramento de contratos de outubro.
A cotação do barril em Nova York -que chegou a ser negociado a US$ 130- subiu US$ 16,37, fechando em US$ 120,92 e superando o recorde anterior, que era de US$ 10,75, em 6 de junho deste ano. A alta de ontem era suficiente para comprar um barril, por exemplo, em junho de 1999, quando ele chegou a US$ 16,34.
A alta de ontem, de 15,66%, também é a maior em termos percentuais, turbinada pelas negociações de contratos na Bolsa de Nova York, iniciada em 1984, antes, portanto dos choques abruptos no preço do barril de 1973 e 1979.
Como já aconteceu em outros momentos no ano, investidores aplicaram nas commodities (ouro, prata e cobre, por exemplo, também tiveram altas expressivas) para se protegerem da forte turbulência nos mercados. "O dólar está caindo novamente, e os investidores estão fugindo para as commodities. Voltamos ao ciclo que empurrou os preços a níveis recordes no início deste ano", disse Michael Lynch, da Strategic Energy & Economic Research.
Mas alta também foi ajudada porque os investidores que apostaram na queda do preço do barril (venda a descoberto) tiveram que cobrir suas posições já que ontem expirava o contrato de outubro. "Isso mostra que nós precisamos segurar os especuladores", disse Peter Beutel, analista da Cameron Hanover. Segundo ele, os investidores que levantaram o preço ontem são os mesmos que fizeram o barril valer US$ 145,29 no início de julho (a sua maior cotação histórica), praticamente o dobro do mesmo período do ano passado.
"São todos grandes investidores", afirmou o especialista. "Quando as ações e o dólar estão sob pressão, eles se atiram no petróleo e não se importam com quem será afetado."
O ouro teve um movimento similar ao do petróleo e chegou a US$ 909 a onça (31,1 gramas) na Bolsa Mercantil de Nova York, US$ 44,37 mais que na última sexta-feira, e parece rumar de volta aos US$ 1.000. Na quarta da semana passada, o metal subiu US$ 70, a sua maior alta em um único dia.

Com agências internacionais



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