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análise
Bush estatiza mais que Putin, diz Hobsbawm
MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O capitalismo está em
convulsão, assegura o historiador britânico Eric
Hobsbawm, autor de clássicos como "Era dos Extremos". Ele se atém ao ditado do banqueiro inglês
Lord Overstone, que no
século 19 resumiu os humores do sistema financeiro: "Quietude, progresso, confiança, prosperidade, excitação, especulação,
convulsão, pressão, estagnação, fim e, novamente,
quietude".
Aos 91 anos, vivendo em
Londres, Hobsbawm se
desculpou por não conceder uma entrevista à Folha, mas enviou comentários por e-mail. Disse que a
atual crise "marca o fim da
desregulamentação e do
fundamentalismo de mercado" e que EUA e Europa
"estão descobrindo o que a
América Latina e a Ásia
conhecem de longa data
-o quão séria uma crise
do capitalismo pode ser".
"O que eu gostaria de dizer sobre a atual crise está
descrita no artigo "Capitalismo em Convulsão'", disse Hobsbawm. O texto é de
John Plender, publicado
pelo "Financial Times".
Plender diz que a desaparição do Lehman Brothers faz pensar sobre o
"modelo de independência dos bancos de investimento", mesmo problema
dos bancos centrais: "Os
políticos vão querer cobrar um preço" na hora da
recapitalização, diz ele.
Em tempos em que o governo Bush abandona a
ideologia para assumir as
rédeas do capitalismo,
Hobsbawm ironiza:
"Quem poderia imaginar
que Bush teria de nacionalizar sua economia numa
escala muito maior que
[Vladimir] Putin?".
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