São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

análise

Bush estatiza mais que Putin, diz Hobsbawm

MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O capitalismo está em convulsão, assegura o historiador britânico Eric Hobsbawm, autor de clássicos como "Era dos Extremos". Ele se atém ao ditado do banqueiro inglês Lord Overstone, que no século 19 resumiu os humores do sistema financeiro: "Quietude, progresso, confiança, prosperidade, excitação, especulação, convulsão, pressão, estagnação, fim e, novamente, quietude".
Aos 91 anos, vivendo em Londres, Hobsbawm se desculpou por não conceder uma entrevista à Folha, mas enviou comentários por e-mail. Disse que a atual crise "marca o fim da desregulamentação e do fundamentalismo de mercado" e que EUA e Europa "estão descobrindo o que a América Latina e a Ásia conhecem de longa data -o quão séria uma crise do capitalismo pode ser".
"O que eu gostaria de dizer sobre a atual crise está descrita no artigo "Capitalismo em Convulsão'", disse Hobsbawm. O texto é de John Plender, publicado pelo "Financial Times".
Plender diz que a desaparição do Lehman Brothers faz pensar sobre o "modelo de independência dos bancos de investimento", mesmo problema dos bancos centrais: "Os políticos vão querer cobrar um preço" na hora da recapitalização, diz ele.
Em tempos em que o governo Bush abandona a ideologia para assumir as rédeas do capitalismo, Hobsbawm ironiza: "Quem poderia imaginar que Bush teria de nacionalizar sua economia numa escala muito maior que [Vladimir] Putin?".


Texto Anterior: Artigo: Uma longa sombra
Próximo Texto: Petróleo tem maior alta em um dia e chega a US$ 120
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.