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BC deve comprar mais dólares, diz Mantega
Para ministro, entrada de capital estrangeiro com novo grau de investimento acarretará ampliação das reservas do país
Meirelles não comenta compra de dólares pelo BC, mas afirma que nova nota vai melhorar a qualidade dos investimentos no país
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em Nova
York que o país receberá mais
investimentos após a elevação
da sua classificação pela
Moody's. Segundo Mantega, a
notícia trará duas consequências: a entrada de capital de longo prazo, de investidores conservadores (como fundos de
pensão) e, de outro lado, a entrada de mais dólares, que deverá ser administrada por meio
da compra de reservas pelo
Banco Central no mercado.
"Nós estamos comprando reservas, nada impede que elas
continuem crescendo, e não há
limite de crescimento das reservas brasileiras", disse.
Segundo Mantega, a mudança na avaliação da Moody's foi
um sinal de reconhecimento do
desempenho da economia brasileira diante da crise. "Nós
passamos pela crise muito melhor do que os demais países. A
crise demonstrou que o Brasil
estava mais sólido do que os demais países que já tinham grau
de investimento", disse.
O anúncio da Moody's aconteceu no dia em que Mantega
participou de evento na sede da
agência de classificação de risco em Nova York. Dentro de 18
meses, a agência reavaliará os
dados da economia brasileira e,
segundo Mantega, poderá promover até mesmo uma nova
elevação da nota.
Segundo o ministro, um dos
fatores de destaque na avaliação da agência de classificação
de risco foi a melhora da estrutura da dívida brasileira, mais
focada no longo prazo. "Eles
consideram que não só o país
voltou a crescer como tem condições de sustentar esse crescimento nos próximos anos."
Em São Paulo, o presidente
do Banco Central, Henrique
Meirelles, não comentou sobre
as compras de dólares pelo BC
no mercado, mas também comemorou o grau de investimento concedido pela
Moody's. Segundo ele, a promoção representa um selo que
confirma o que o governo vem
dizendo em relação à crise e à
resistência do Brasil.
Ele citou três fatores para
justificar a importância do "rating". Primeiro, segundo ele,
porque, por ser a terceira agência a conceder a nota ao Brasil,
a Moody's consolida o grau de
investimento do país; segundo,
porque a melhora foi dada ainda com o mundo em crise,
quando as agências ainda estão
revisando o grau de muitos países". E, por último, porque a
Moody's afirmou que o Brasil é
um "vencedor" em meio à crise.
A concessão do grau de investimento faz com que, segundo
Meirelles, haja uma melhora da
qualidade dos investimentos
no país. "Quanto melhor o rating, mais nós teremos investimentos de longo prazo."
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