São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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BC deve comprar mais dólares, diz Mantega

Para ministro, entrada de capital estrangeiro com novo grau de investimento acarretará ampliação das reservas do país

Meirelles não comenta compra de dólares pelo BC, mas afirma que nova nota vai melhorar a qualidade dos investimentos no país


JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
GIULIANA VALLONE
DA FOLHA ONLINE

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em Nova York que o país receberá mais investimentos após a elevação da sua classificação pela Moody's. Segundo Mantega, a notícia trará duas consequências: a entrada de capital de longo prazo, de investidores conservadores (como fundos de pensão) e, de outro lado, a entrada de mais dólares, que deverá ser administrada por meio da compra de reservas pelo Banco Central no mercado.
"Nós estamos comprando reservas, nada impede que elas continuem crescendo, e não há limite de crescimento das reservas brasileiras", disse.
Segundo Mantega, a mudança na avaliação da Moody's foi um sinal de reconhecimento do desempenho da economia brasileira diante da crise. "Nós passamos pela crise muito melhor do que os demais países. A crise demonstrou que o Brasil estava mais sólido do que os demais países que já tinham grau de investimento", disse.
O anúncio da Moody's aconteceu no dia em que Mantega participou de evento na sede da agência de classificação de risco em Nova York. Dentro de 18 meses, a agência reavaliará os dados da economia brasileira e, segundo Mantega, poderá promover até mesmo uma nova elevação da nota.
Segundo o ministro, um dos fatores de destaque na avaliação da agência de classificação de risco foi a melhora da estrutura da dívida brasileira, mais focada no longo prazo. "Eles consideram que não só o país voltou a crescer como tem condições de sustentar esse crescimento nos próximos anos."
Em São Paulo, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não comentou sobre as compras de dólares pelo BC no mercado, mas também comemorou o grau de investimento concedido pela Moody's. Segundo ele, a promoção representa um selo que confirma o que o governo vem dizendo em relação à crise e à resistência do Brasil.
Ele citou três fatores para justificar a importância do "rating". Primeiro, segundo ele, porque, por ser a terceira agência a conceder a nota ao Brasil, a Moody's consolida o grau de investimento do país; segundo, porque a melhora foi dada ainda com o mundo em crise, quando as agências ainda estão revisando o grau de muitos países". E, por último, porque a Moody's afirmou que o Brasil é um "vencedor" em meio à crise.
A concessão do grau de investimento faz com que, segundo Meirelles, haja uma melhora da qualidade dos investimentos no país. "Quanto melhor o rating, mais nós teremos investimentos de longo prazo."


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