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Após 12 meses, dólar fecha abaixo de R$ 1,80
Cotação cai para R$ 1,798, com recuo de 1,1%; grau de investimento faz Bolsa bater em 62 mil pontos na máxima do dia
No fim do pregão, Bovespa
registrou alta de 0,93%, no
maior nível em 14 meses;
commodities se apreciam e
favorecem ações brasileiras
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No dia em que o Brasil foi elevado a grau de investimento
pela agência de risco Moody's,
o dólar desceu abaixo de R$
1,80 pela primeira vez desde setembro de 2008. A moeda norte-americana caiu 1,10% e encerrou o dia cotada a R$ 1,798.
A Bolsa de Valores de São
Paulo chegou a superar os 62
mil pontos logo após o anúncio
da Moody's, na tarde de ontem.
Não se sustentou por muito
tempo em patamar tão elevado,
mas garantiu valorização de
0,93%, para terminar aos
61.493 pontos -o maior nível
em 14 meses. A Bovespa registra forte ganho de 8,86% neste
mês. No ano, a apreciação acumulada alcança 63,76%.
O dia favorável no exterior já
levava o mercado doméstico a
atravessar um pregão de ganhos. A decisão da Moody's só
reforçou o clima positivo.
Ao elevar a nota concedida ao
Brasil, a Moody's sinaliza aos
investidores que os riscos de
aplicar no país diminuíram significativamente. Dessa forma, a
atratividade do mercado brasileiro tende a se fortalecer.
No ano, a Bovespa se destaca
como uma das Bolsas que mais
têm se valorizado. Em dólares,
a Bolsa acumula ganhos de
111% em 2009. Mesmo com essa substancial apreciação, os
estrangeiros continuam investindo em ações brasileiras, na
expectativa de que o mercado
se mantenha em rota de alta.
O balanço das operações dos
estrangeiros no mercado acionário local mostra bem o apetite desses investidores. O saldo
mensal dos negócios feitos com
capital externo na Bolsa, até o
dia 17, ficou positivo em R$ 2,13
bilhões. No ano, as compras da
categoria superam as vendas
em R$ 16,10 bilhões.
"A elevação da nota do Brasil
já era esperada. Não sendo uma
grande novidade, não deve se
converter em uma enxurrada
de recursos externos entrando
no mercado local. Assim, não
vejo uma mudança drástica no
ritmo atual da Bolsa e do câmbio", afirmou Newton Rosa,
economista-chefe da Sul América Investimentos.
Câmbio
Enquanto o mercado de
ações recebe recursos externos
e se valoriza, o câmbio tem seguido rumo contrário. A moeda
norte-americana registra queda de 4,87% no mês. No ano, a
baixa alcança 22,96%.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe para a América Latina
do banco BNP Paribas, lembra
que a depreciação do dólar não
tem ocorrido de forma isolada
em relação ao real. "Apesar de o
fluxo forte para o país estar favorecendo a baixa das cotações,
temos de destacar que a moeda
americana tem passado por
uma desvalorização expressiva
no mercado internacional."
Ontem o euro se apreciou em
0,79% em relação à moeda dos
EUA e fechou cotado a US$
1,4792. Na máxima do dia, o euro superou US$ 1,48, o que não
ocorria desde setembro do ano
passado. Moedas de emergentes, como o rublo russo e o rand
sul-africano, também se fortaleceram ontem diante do dólar.
Com a moeda norte-americana em baixa ontem, as commodities ganharam fôlego. O
petróleo subiu 2,64% e terminou a US$ 71,55 em Nova York.
No mercado acionário local,
a apreciação das commodities
ontem se refletiu na concentração dos negócios em papéis de
companhias que acompanham
o sobe-e-desce das matérias
primas. Apenas as ações de Petrobras e Vale responderam
por quase 30% do total movimentado na Bolsa.
A ação preferencial da Petrobras terminou o pregão com valorização de 0,66%. Para o papel preferencial "A" da Vale, o
ganho no dia foi de 2,54%.
Ainda no segmento de siderurgia e mineração, houve altas
nas ações Usiminas PNA
(1,18%) e Gerdau PN (0,81%).
Hoje os investidores estarão
atentos à reunião do Fomc (comitê do banco central dos EUA
que define os juros). Apesar de
o mercado contar com a manutenção da taxa básica do país no
atual patamar, que é entre 0% e
0,25%, o comunicado a ser
apresentado no fim do encontro pode agitar as operações.
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