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Metalúrgico volta atrás e retoma greve na Volks e na Ford
Decisão ocorreu após categoria fechar acordo melhor com a GM; bancários podem parar a partir de amanhã
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a GM fechar acordo que
prevê reajuste e abono maiores,
os trabalhadores da Volkswagen e da Ford, em Taubaté (SP),
decidiram retomar hoje a greve
nas duas fábricas e pressionar
os sindicalistas da CUT a conseguir uma melhor proposta
salarial para a categoria.
Na GM de São José dos Campos e de São Caetano do Sul, os
funcionários obtiveram 8,3%
de reajuste (sendo 4,4% para
repor a inflação e o restante de
aumento real) e abono de R$
1.950. Os sindicatos desses locais são ligados, respectivamente, à Conlutas (formado
por sindicatos dissidentes da
CUT e ligados ao PSTU) e à
Força Sindical.
No ABC e em Taubaté, os trabalhadores da Volkswagen,
Ford, Scania, Toyota e Mercedes-Benz são representados
por sindicatos ligados à CUT.
Essas montadoras haviam feito
acordo por meio de negociações conduzidas pelo Sinfavea
(sindicato das montadoras) e
concederam inicialmente
6,53% de reajuste e abono de
R$ 1.500.
"Houve até empurra-empurra hoje [ontem] dentro da fábrica entre os trabalhadores e
um sindicalista porque o acordo feito na GM é muito melhor
que o nosso. O pessoal da fábrica está revoltado porque o sindicato poderia ter negociado
aumento real maior", diz um
trabalhador da Volks em Taubaté que, por temer represálias,
prefere não se identificar.
"O governo financiou as
montadoras, ao conceder redução do IPI, e as ajudou a sair da
crise. Não dava simplesmente
para o sindicato abraçar a primeira proposta salarial e sair
apregoando que fechou o melhor acordo do país", afirma um
operário da Ford Taubaté, que
apoia a retomada da greve.
Diante da pressão dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté colocou
ontem em votação outra proposta salarial, que prevê abono
de R$ 2.800 a ser pago em três
vezes (em vez dos R$ 1.500 iniciais) e 6,53% de reajuste agora
e 1,66% em outubro de 2010.
Trabalhadores da Volks e da
Ford dizem que essa nova proposta foi recusada e que não
aceitam percentual menor do
que o fechado pela GM (8,3%).
"O que aconteceu foi que os
sindicatos do ABC e de Taubaté
fecharam um acordo rebaixado, que revoltou os trabalhadores", diz José Maria de Almeida, da coordenação nacional da
Conlutas.
O Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC informou, por meio de
nota, que fez uma "complementação" do acordo (com as
montadoras Ford, Mercedes-Benz, Scania, Volkswagen e Toyota), que prevê abono de R$
2.800, além do reajuste de
6,53%.
O sindicato também informa
que os salários no ABC são os
mais altos do país e que considera "positivo" o fato de sindicatos de outras regiões terem
conseguido acordos superiores.
A Folha não localizou ontem
a direção da Volks e Ford Taubaté para comentar o assunto.
Até o fechamento desta edição,
os sindicalistas de Taubaté não
retornaram a ligação.
Bancos
Bancários de todo o país fazem assembleias hoje para decidir se entram em greve por
tempo indeterminado a partir
de amanhã por causa do impasse na campanha salarial.
O Comando Nacional dos
Bancários informa que, se não
houver uma proposta salarial
melhor à categoria, os trabalhadores devem parar.
Na última sexta-feira, o comando enviou comunicado à
Fenaban (federação dos bancos) rejeitando a oferta da entidade: reajuste salarial de 4,5% e
participação nos lucros e resultados paga em duas parcelas.
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