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Defesa de fundador da Cisco no Brasil recorre ao STJ para suspender prisão
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Arnaldo Malheiros Filho entrou ontem com
pedido de habeas corpus no
STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, em favor de
Carlos Roberto Carnevali, fundador e ex-presidente da Cisco
do Brasil, preso há uma semana
na superintendência da Polícia
Federal em São Paulo.
Malheiros afirma que "não
há motivos para mantê-lo em
prisão temporária." O pedido
foi feito no final da tarde de ontem e será analisado pelo ministro Felix Fischer, da 5ª Turma do STJ, segundo informa a
assessoria de imprensa do STJ.
O ministro deve julgar o pedido em um ou dois dias. A tendência, segundo a Folha apurou, é que o STJ acompanhe a decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo,
que decidiu manter Carnevali
em prisão temporária.
Carnevali foi classificado pela PF como chefe "1º nível" no
grupo dos "líderes e mentores
do grupo criminoso" no qual
estaria envolvida a Cisco
Systems. Há uma semana, a polícia, a Receita e o Ministério
Público Federal deflagraram a
operação Persona para combater fraudes na importação de
equipamentos de informática.
Carnevali é uma das seis pessoas que tiveram a prisão temporária (de cinco dias) prorrogadas na sexta-feira pelo juiz
federal Alexandre Cassetari, da
4ª Vara Federal Criminal.
O advogado Paulo José Iasz
de Morais, que defende Hélio
Benetti Pedreira (sócio da Mude, distribuidora da Cisco), pediu ontem à Justiça Federal a
revogação da prisão temporária de seu cliente. Segundo ele,
Pedreira está fora da empresa
há dois anos e não tem função
executiva na Mude.
Além de Carnevali e Pedreira, continuam detidos Moacyr
Álvaro Sampaio (presidente da
Mude), Roberto Pernomian
Rodrigues (diretor operacional
de finanças da Mude), Paulo
Roberto Moreira (despachante
aduaneiro) e Cid Guardia Filho
(controlador da ABC, da Brastec, da Prime, da Tecnosul, da
Nacional e da Livion -empresas que, segundo a PF, atuavam
para ocultar os verdadeiros importadores dos produtos).
Dois envolvidos no caso da
Cisco, que estão foragidos nos
EUA, tentavam ontem, por
meio de seus advogados, revogar os pedidos de prisão temporária decretados na semana
passada. Em troca, eles se entregariam à PF para prestar depoimento. Até o fechamento
desta edição, a negociação ainda não havia sido concluída.
(FÁTIMA FERNANDES E CLAUDIA ROLLI)
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