São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Defesa de fundador da Cisco no Brasil recorre ao STJ para suspender prisão

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Arnaldo Malheiros Filho entrou ontem com pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, em favor de Carlos Roberto Carnevali, fundador e ex-presidente da Cisco do Brasil, preso há uma semana na superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Malheiros afirma que "não há motivos para mantê-lo em prisão temporária." O pedido foi feito no final da tarde de ontem e será analisado pelo ministro Felix Fischer, da 5ª Turma do STJ, segundo informa a assessoria de imprensa do STJ.
O ministro deve julgar o pedido em um ou dois dias. A tendência, segundo a Folha apurou, é que o STJ acompanhe a decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo, que decidiu manter Carnevali em prisão temporária.
Carnevali foi classificado pela PF como chefe "1º nível" no grupo dos "líderes e mentores do grupo criminoso" no qual estaria envolvida a Cisco Systems. Há uma semana, a polícia, a Receita e o Ministério Público Federal deflagraram a operação Persona para combater fraudes na importação de equipamentos de informática.
Carnevali é uma das seis pessoas que tiveram a prisão temporária (de cinco dias) prorrogadas na sexta-feira pelo juiz federal Alexandre Cassetari, da 4ª Vara Federal Criminal.
O advogado Paulo José Iasz de Morais, que defende Hélio Benetti Pedreira (sócio da Mude, distribuidora da Cisco), pediu ontem à Justiça Federal a revogação da prisão temporária de seu cliente. Segundo ele, Pedreira está fora da empresa há dois anos e não tem função executiva na Mude.
Além de Carnevali e Pedreira, continuam detidos Moacyr Álvaro Sampaio (presidente da Mude), Roberto Pernomian Rodrigues (diretor operacional de finanças da Mude), Paulo Roberto Moreira (despachante aduaneiro) e Cid Guardia Filho (controlador da ABC, da Brastec, da Prime, da Tecnosul, da Nacional e da Livion -empresas que, segundo a PF, atuavam para ocultar os verdadeiros importadores dos produtos).
Dois envolvidos no caso da Cisco, que estão foragidos nos EUA, tentavam ontem, por meio de seus advogados, revogar os pedidos de prisão temporária decretados na semana passada. Em troca, eles se entregariam à PF para prestar depoimento. Até o fechamento desta edição, a negociação ainda não havia sido concluída.
(FÁTIMA FERNANDES E CLAUDIA ROLLI)


Texto Anterior: Outro lado: Empresa nega envolvimento com a Cisco
Próximo Texto: Importação de autopeças está sob suspeita de fraude em 60 casos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.