São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Importação de autopeças está sob suspeita de fraude em 60 casos

Quilo de rolamento chinês chega ao país a US$ 0,30, mas custo de produção é US$ 6

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O número de processos que investiga a importação subfaturada de rolamentos supera 60 em todo o país, segundo levantamento preliminar da Receita Federal.
O coordenador aduaneiro do fisco, Francisco Labriola Neto, disse que desde meados do ano passado, os fiscais já vêem examinando as compras de rolamento no exterior, mas que com a colaboração do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), "o processo se acelerou".
Labriola Neto admite que outros produtos usados na indústria automotiva estão passando por um pente-fino, mas afirma não haver uma ação de fiscalização específica direcionada ao setor automotivo. "Essa é uma indústria que importa muito e que já é alvo de uma atenção constante da Receita. Não estamos fazendo nenhum trabalho fora da nossa rotina de investigações", diz o coordenador.
Ele alega sigilo fiscal entre as razões para não citar os outros produtos que estão sob investigação. Sempre que a Receita detecta sinais de fraude nas importações, as mercadorias são apreendidas e o importador perde o direito à compra.
Para Franklin de Mello Neto, assessor institucional do Sindipeças, o grande problema das importações ilegais é o efeito predatório que elas exercem no mercado nacional. "Sabemos que o custo médio de produção, por quilo de rolamento, é de US$ 6 na China. Mas alguns produtos chegam aqui a US$ 0,30", afirmou.
De acordo com ele, as empresas brasileiras entendem que a competitividade da China é maior e trabalham para superar o custo de produção do país asiático, porém não têm meios de crescer se os produtos de fora chegam com fraudes. "E quem faz isso são os importadores brasileiros, desde pequenas até grandes empresas."
Ele ainda diz que boa parte dessas importações não passam por uma avaliação de qualidade. "O que é um risco para quem utiliza esses produtos", afirmou.


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