São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Conselheiro recebeu R$ 10 mil de Eike, diz MPE

Valor teria sido pago em troca de consultoria à MMX

JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL

O MPE (Ministério Público Estadual) do Amapá entrou ontem com uma representação contra Alessandro Gallazzi, integrante da CPT (Comissão Pastoral da Terra) e conselheiro do Coema (Comissão Estadual do Meio Ambiente). Ele tem até o próximo dia 14 para apresentar sua defesa.
Gallazzi é acusado de receber R$ 10 mil por dois contratos assinados com a MMX Amapá Mineração, do empresário Eike Batista, para analisar os EIAs (Estudos de Impacto Ambiental) referentes ao Projeto Ferro Amapá, que prevê a construção de uma mineradora e de uma usina termelétrica no Estado.
Segundo a promotora Ivana Cei, do MPE, Gallazzi não poderia prestar consultoria à MMX porque é integrante do Coema, órgão público que decide sobre a aprovação dos EIAs no Estado. "Ele não pode assessorar quem julgará depois", afirmou a promotora.
A Folha teve acesso ao recibo de pagamento de R$ 5.000 feito a Gallazzi assinado pelo diretor-presidente da MMX, Alberto Lopes.
No documento, a MMX afirma que Gallazzi avaliou o seu EIA. O recibo é de 23 de maio deste ano. O contrato selado entre as partes revela que Gallazzi deveria apontar falhas e irregularidades no EIA da usina termelétrica. O pagamento foi efetuado de uma só vez diretamente na conta de Gallazzi no Banco do Brasil.
Em um contrato anterior, firmado em 2 de maio, Gallazzi se compromete a analisar o EIA da mineradora, recebendo mais R$ 5.000, pagos em duas parcelas de R$ 2.500.
Procurado, Gallazzi confirmou os pagamentos, no entanto afirmou não haver impedimento ético na assessoria à MMX. "Eu cheguei até a me posicionar contra o projeto da empresa durante uma audiência pública em Macapá."
A MMX, por meio de sua assessoria, informa que só comentará o caso em fóruns que considera mais adequados.


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