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Conselheiro recebeu R$ 10 mil de Eike, diz MPE
Valor teria sido pago em troca de consultoria à MMX
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
O MPE (Ministério Público
Estadual) do Amapá entrou ontem com uma representação
contra Alessandro Gallazzi, integrante da CPT (Comissão
Pastoral da Terra) e conselheiro do Coema (Comissão Estadual do Meio Ambiente). Ele
tem até o próximo dia 14 para
apresentar sua defesa.
Gallazzi é acusado de receber
R$ 10 mil por dois contratos assinados com a MMX Amapá
Mineração, do empresário Eike
Batista, para analisar os EIAs
(Estudos de Impacto Ambiental) referentes ao Projeto Ferro
Amapá, que prevê a construção
de uma mineradora e de uma
usina termelétrica no Estado.
Segundo a promotora Ivana
Cei, do MPE, Gallazzi não poderia prestar consultoria à
MMX porque é integrante do
Coema, órgão público que decide sobre a aprovação dos EIAs
no Estado. "Ele não pode assessorar quem julgará depois",
afirmou a promotora.
A Folha teve acesso ao recibo de pagamento de R$ 5.000
feito a Gallazzi assinado pelo
diretor-presidente da MMX,
Alberto Lopes.
No documento, a MMX afirma que Gallazzi avaliou o seu
EIA. O recibo é de 23 de maio
deste ano. O contrato selado
entre as partes revela que Gallazzi deveria apontar falhas e
irregularidades no EIA da usina termelétrica. O pagamento
foi efetuado de uma só vez diretamente na conta de Gallazzi
no Banco do Brasil.
Em um contrato anterior,
firmado em 2 de maio, Gallazzi
se compromete a analisar o
EIA da mineradora, recebendo
mais R$ 5.000, pagos em duas
parcelas de R$ 2.500.
Procurado, Gallazzi confirmou os pagamentos, no entanto afirmou não haver impedimento ético na assessoria à
MMX. "Eu cheguei até a me
posicionar contra o projeto da
empresa durante uma audiência pública em Macapá."
A MMX, por meio de sua assessoria, informa que só comentará o caso em fóruns que
considera mais adequados.
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