São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Banco dos EUA perde US$ 24 bi; Bolsa cai 5%

Wachovia, vendido ao Wells Fargo, registra no 3º tri maior prejuízo do setor financeiro; as 30 ações do Dow Jones caem

Resultados ruins das grandes empresas, com exceção do McDonald's, revelam abrangência da crise; Merck demitirá 7.200

DA REDAÇÃO

Os maus resultados de empresas americanas de diversos setores (como o Wachovia, que teve o maior prejuízo de um banco) e as perspectivas de que os próximos meses serão ainda piores para a economia derrubaram ontem as Bolsas nos EUA, apesar de o setor de crédito -que era a grande preocupação há poucos dias- continuar se descongelando.
O principal índice da Bolsa de Nova York, o Dow Jones, chegou a recuar mais de 7%, se aproximando da maior queda do ano (de 7,87%, na quarta-feira da semana passada), antes de fechar com desvalorização de 5,69%, a quarta pior do ano.
Todas as 30 empresas que compõem o índice, como GM, Coca-Cola e Microsoft, tiveram quedas, mostrando que os temores não estão concentrados em um único setor.
Já o S&P 500, que é um termômetro ainda mais calibrado da economia por ser mais amplo, recuou 6,10% e fechou em 896,78 pontos -o seu menor nível desde abril de 2003. A Nasdaq, de tecnologia, se desvalorizou ontem em 4,77%.
O Wachovia, o banco que recentemente foi negociado com o Wells Fargo, perdeu US$ 23,89 bilhões no terceiro trimestre e acumula prejuízo de US$ 33,47 bilhões no ano. O prejuízo do Wachovia de julho a setembro é o maior da história de uma instituição financeira e significa que, em três meses, o banco perdeu mais que o PIB do Uruguai no ano passado: de US$ 23,25 bilhões.
A GM teve no terceiro trimestre de 2007 um prejuízo de US$ 38,96 bilhões, que foi a maior perda trimestral de uma empresa negociada em Bolsa.
A companhia farmacêutica Merck teve uma queda de 28% no seu lucro de julho a setembro em relação ao mesmo período do ano passado e anunciou que demitirá 7.200 funcionários (60% deles no exterior).
Além delas, a Boeing (que teve uma queda de 38% nos seus ganhos) e a AT&T tiveram resultados desapontadores, apesar de a telefônica ter tido alta de 5,5% no seu lucro -ainda assim abaixo das estimativas.
Um dos raros dados positivos foi o balanço do McDonald's, com lucro 11% maior, de US$ 1,19 bilhão, no terceiro trimestre. A rede de lanches também cresceu nos EUA, mostrando que o consumidor está buscando alternativas mais baratas de refeição.
O outro dado otimista foi que os bancos estão retomando a confiança para emprestarem entre eles. A taxa Libor para empréstimos de três meses em dólar recuou pela oitava sessão seguida. Ontem, caiu mais 0,29 ponto percentual, para 3,54%. Já a taxa para empréstimos de um dia está em 1,12%, o seu menor nível desde junho de 2004.


Com agências internacionais


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