São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

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Corte na produção para elevar preço pode rachar Opep

DA BLOOMBERG

A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) corre o risco de "dividir" seus membros porque o grupo pretender reduzir a produção e elevar os preços, no mesmo momento em que os países desenvolvidos enfrentam sua pior recessão desde 1983.
O ministro de Energia do Irã, Gholamhossein Nozari, disse ontem que a Opep deverá cortar suas cotas de produção em 2,5 milhões de barris por dia, ou 8,7%, volume quase equivalente ao que é extraído no Kuait.
O ministro da Argélia e presidente da Opep, Chakib Khelil, disse no início da semana que a redução a ser definida na reunião marcada para amanhã, em Viena (Áustria), poderá ser de apenas 1 milhão de barris.
A discussão reinante na Opep joga a Arábia Saudita, o maior produtor do grupo e aliado dos EUA, contra a Venezuela e o Irã, dois países contrários à política externa dos EUA e que defendem a alta do preço.
A cotação do produto caiu mais de 54% em relação ao seu recorde de US$ 145,29, registrado no fechamento dos negócios em 11 de julho em Nova York. Ontem, o barril fechou a US$ 66,75 em Nova York e a US$ 69,72 em Londres.
"As divisões da Opep surgem porque varia o que os países precisam e querem", disse Gareth Lewis-Davis, analista de petróleo do Dresdner Kleinwort Group Ltd., de Londres.
A Arábia Saudita mantém seu orçamento equilibrado com os preços do petróleo inferiores a US$ 30 por barril, segundo estimativas da Merrill Lynch & Co. Já os Emirados Árabes Unidos precisam de cotações de US$ 40 o barril, e o Catar, de US$ 55 para manter as contas públicas em ordem.
O Irã tem um ponto de equilíbrio de cerca de US$ 100 o barril, enquanto na Venezuela, que gasta a receita do petróleo em programas sociais, o preço ideal é de cerca de US$ 120.


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